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Gramado, o festival com falta de filmes

Refletindo a crise do cinema brasileiro - agravada após a infeliz administração que ocorreu na gestão de Celso Furtado no Ministério da Cultura - a produção caiu a números ínfimos em 1987/88 e, como conseqüência, praticamente não há filmes novos para lançamentos neste ano. A própria Embrafilme, em press-release, mostra a pobreza da produção cinematográfica (ver texto nesta mesma página) e, com isto, os organizadores dos festivais de cinema estão de cabelos em pé: como dar continuidade a estes eventos se não há o principal - ou seja, filmes inéditos para entrarem em competição? Duplamente preocupado está o sr. Esdras Rubine, novo secretário de Turismo de Gramado: assumindo a presidência da comissão organizadora da décima-sétima edição do mais sólido dos festivais do cinema brasileiro, tem que enfrentar não só a restruturação administrativa para organizar um evento que atrai cada vez maior número de pessoas como - o que é mais grave - realizá-lo independente da precaríssima produção cinematográfica (35/16mm, longa, média e curta). Por apenas seis votos, Eloir Zorzanello, vice-prefeito na gestão 1983/89 - e que como presidente da comissão organizadora do festival, o consolidou definitivamente - perdeu as eleições para a Prefeitura. Venceu o peemedebista Nelson Dinibier que, naturalmente, formou sua nova equipe, escolhendo Esdras Rubini para a fundamental Secretaria de Turismo - já que esta é a principal fonte de rendas do município gaúcho. Esdras vem, desde fevereiro, preocupando-se com o festival, formando uma nova comissão, buscando fazer contatos - de forma que um evento que levou 13 anos para se consolidar não sofre solução de continuidade por questões político-administrativas. Hoje, Gramado é identificada não só por suas orquídeas e clima europeu, mas pelo festival - que tem no Cine Embaixador, cuja ampliação foi inaugurada no festival passado, a sua sede oficial - e que há muito, pelo prestigiamento que recebe de superstars nacionais, significa ocupação máxima de toda a rede hoteleira da cidade - e não apenas mais dos hotéis Serra Azul e Querência, este com um centro de convenções planejado especialmente para o festival.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
09/04/1989

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