Grandes Pianistas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de março de 1985
País de pianeiros e pianistas, o Brasil absorve bem os lançamentos clássicos com virtuoses deste instrumento. Três recentes lançamentos são exemplos de que o mercado mostra vitalidade: o mais recente disco da CBS Records Masterworks, produzida sobre orientação do expert Maurício Quadrio, traz Cecile Licard executando peças de Chopin e Saint-Saens; Frederick Chopin (1810-1849) pode também ser bem apreciado com o pianista iugoslavo Igo Pogorelich (Belgrado, 1958), interpretando a sonata para piano nº2 em si bemol menor, opus 35 e mais prelúdios, noturnos e estudos, no álbum da Deutsche Grammophon (Polygram, novembro/84).
Já o pianista Emil Gilels interpreta duas obras mais ambiciosas na gravação digital, também da Deutsche Grammophon/Polygram: as sonatas para piano nº 3 e 15 de Ludwig Van Beethoven (1770/1827).
A bela, jovem e talentosa concertista de piano Cecile Licard (Manila, Filipinas) já é conhecida do público brasileiro pelos LPs feitos na CBS - inclusive um dedicado a Rachmaninoff com a Orquestra de Chicago regida por Cláudio Abbado - com o concerto nº2 e a Rapsódia sobre um tema de Paganini. Agora, neste novo álbum, com a Orquestra Filarmônica de Londres, regida por André Previn, se mostra a delicada e segura intérprete do Concerto nº2 de Fréderic Chopin e do Concerto nº2 de Camilo Saint-Sanes.
Aos 27 anos, Ivo Pogorelich já tem 16 de carreira, pois aos 11 anos estudava em Moscou e em 1865 ingressava no Conservatório Tchaikowsky. Seus mestres foram os professores Timakhin, Gorsnostaeva e Malinin, de quem aprendeu "execução normal ao piano". A influência crucial na sua evolução lhe veio do encontro com Alice Kezeradze, com que se casou em 1980. Em 1978 ganhou a Competição Casagrande em Terni (Itália) e depois de uma enfermidade tê-lo forçado a descansar por um ano venceu o Concurso Internacional de Música em Montreal em 1980, apesar de não ter tido muito tempo para se preparar. Ao disputar o concurso internacional de Montreal sua não premiação provocou protestos do júri e público - mas rendeu muita publicidade. Nos últimos anos tem sido um dos concertistas mais requisitados para apresentações em todo mundo.
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