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Guaíra quer espetáculos com ingressos populares

A repercussão da temporada de "Petruchka", apresentado pelo Balé Guaíra, de quinta-feira a domingo, foi tão positiva, especialmente nas vesperais de sábado e domingo (quando foi marcante a presença de crianças) que a Secretaria de Cultura e Esporte deve estudar esta semana com os diretores do Teatro Guaíra a possibilidade de novas apresentações nos fins de semana, de manhã ou à tarde, para que um público desacostumado a este tipo de espetáculo possa assistir um belo bailado. Só que então deve haver um preparo didático, para que especialmente as crianças entendam melhor a estória de "Petruchka", uma das mais importantes criações mundiais do bailado pelo grande coreógrafo russo Mikail Fokine (1880-1942) e que com música de Igor Stravinski, estreou em Paris em 1911. Apesar da grandiosidade desta produção - com belos cenários e figurinos, os ingressos foram a preços populares. Exceto a estréia, que teve caráter beneficente, foram cobrados apenas Cr$ 150,00 a [Cr$] 50,00, possibilitando, assim, a uma faixa muito grande de público assistir esta produção que abriu a temporada do Balé Guaíra, hoje sob direção de Carlos Trincheiras, português, ex-integrante da Fundação Bulbenkian e cuja competência vem se somar a de outros maitres que, desde a fundação do Corpo de Baile, há 11 anos, tem procurado dotar o Guaíra de um bom corpo estável de danças. Yara de Cunto, Ceme Jambaya, Yurek Shabelewski, Loraci Setragni, Hug Dellavale e Eric Waldo, entre outros, passaram pelo corpo - hoje Balé Guaíra, já com renome nacional e que deverá levar "Petruchka" e "Sinfonia 3", os espetáculos agora mostrados ao público curitibano, a outras cidades, dentro de um roteiro que o diretor de arte e programação, Marcelo Marchioro, esta estabelecendo. A temporada do Mummenschanz, há duas semanas, também teve um caráter popular: os ingressos custaram de Cr$ 300,00 a Cr$ 100,00, enquanto que em outras cidades onde aquele notável grupo esteve, os preços mínimos foram de Cr$ 350,00. Em todas as programações que a Fundação Teatro Guaíra possa influir, a primeira exigência será a redução de preços dos ingressos. Obviamente, muitos espetáculos são promovidos por empresários que alugam a sala e os promovem por sua conta, estabelecendo assim ingressos mais elevados, - não cabendo, portanto, responsabilidade à Fundação Teatro Guaíra. Infelizmente é o que vai acontecer no próximo dia 8, quando O.P. Promoções e Marcos Lázaro é que "bancam" a única apresentação da excelente cantora argentina Mercedes Sosa, que cumpre temporada de 50 dias em todo o País. Os ingressos para Mercedes Sosa custarão de Cr$ 300,00 a Cr$ 800,00. Alegaram seus empresários que não têm condições de cobrar mais barato e assim o Guaíra apenas fez a cessão - mediante taxa - da sala. Mas quando os espetáculos forem encampados pela Secretaria da Cultura e Esporte, com subvenções ou compras diretas, a preocupação será baratear ao máximo o ingresso. Só para comparar, hoje uma entrada em alguns cinemas do Rio e São Paulo chega a Cr$ 100,00 e os teatros naquelas capitais raramente têm espetáculos por menos de Cr$ 250,00.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
8
01/04/1980

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