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Aramis

A hora da música antiga

De passagem por Curitiba, Leonardo Monteiro de Barros, diretor de projetos na área do clássico e jazz da Polygram, confirmou a vinda, em outubro, de um dos mais conhecidos grupos de música antiga do mundo, a Academy of Ancient Music, de Londres, sob a regência de Christopher Hogwood. Léo mostra-se especialmente entusiasmado com a aceitação crescente da música antiga no Brasil - e o seu particular interesse no Paraná, considerando o trabalho da Camerata Antiqua, e a realização de eventos como o "Encontro da Música Antiga", acontecido há um mês, mesmo sem qualquer ajuda oficial. Para Leonardo Monteiro de Barros, 24 anos, a vinda de Christopher Hogwood e da The Academy of Ancient Music, com concertos no Rio, São Paulo, Brasília, Campinas e Curitiba, abre a oportunidade ao público de travar conhecimento ao vivo com o movimento de "Instrumentos de Época" que, interpretando a música do Barroco ao Clássico (o movimento abarca também o repertório da Idade Média e da Renascença) com instrumentos originais ou suas réplicas fiéis, pretende restabelecer os instrumentos, a sua disposição especial e o Espírito de interpretação musical destes períodos. - "Em suma, um trabalho de arqueologia estética", diz Leonardo, explicando que nos próximos dias será lançado o "Requiem", de Mozart, em 2 elepês, com The Academy of Ancient Music, sob a regência de Hogwood. Léo Barros lembra também alguns dados que mostram a força que vem adquirindo a música antiga: há 4 anos, a "Billboard", bíblia da música popular, mostrava surpresa pela venda da caixa contendo 4 elepês, sexto volume de uma gravação integral das sinfonias de Mozart, interpretadas em instrumentos de Época, pela Academy of Ancient Music. O item competia em vendas com verdadeiros "monstros sagrados" da música clássica, como os tenores Plácido Domingos e Luciano Pavarotti. Este ano, a gravadora alemã Deutsche Grammophon, confirmou que um dos artistas exclusivos de seu selo Archiv, o inglês Trevor Pinnock, diretor de The English Concert, ultrapassara a marca de um milhão de compact-disc (laser) comercializados em todo o mundo. A marca de Pinnock, um cravista o organista especializado em instrumentos de Época, torna-se particularmente expressiva quando comparada aos 4 milhões de CDs vendidos por aquele que é considerado o mais bem sucedido artista clássico da história do som gravado, o regente austríaco Herbert Von Karajan. Assim é natural que a Polygram, através dos selos Archiv, L'Oiseau Lyre e Philips Classics, venha colocando junto ao público as mais significativas gravações de seus chamados "artistas de época", que inclui além de Hogwood e Pinnock, também John Eliot Gardiner, Gustav Leonhardt, Música Antiqua Koln, Franz Bruggen e o quarteto brasileiro Quadro Cervantes. Diz Léo: - "A discografia brasileira de Época já conta com 25 títulos disponíveis e até o final de 1987 chegará a 42 títulos. Cerca de 20 dos 100 lançamentos programados para 1988 serão "de Época". Ainda em 87, sete entre as primeiras 15 gravações digitais que serão editadas em laser MCs de cromo comporão também interpretações de Época. Também programado a edição do terceiro volume da obra de Bach para cravo, registrada por Roberto de Regina nos estúdios do Sir. Os dois primeiros volumes foram lançados pela Kuarup.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
25/09/1987

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