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Aramis

A importância de um concerto

Entre muitos outros, um aspecto faz da apresentação de Art Blakey em Curitiba um evento de especial significado: na história do jazz, poucos instrumentistas exerceram uma influência tão grande, em tantos outros músicos, como este norte-americano de 57 anos, 43 de atividades musicais e que há exatamente 29 consegue liderar um extraordinário grupo denominado Jazz Messengers. Desde 1948, quando com 17 outros músicos, formou a primeira banda dos "Jazz Messengers", Art Blakey nunca mais deixou de ter o seu próprio grupo. Evidentemente, que os mensageiros cresceram ou diminuíram, de acordo com as circunstâncias, mas sempre mantendo-se o espírito "blakeniano". Por exemplo, na década de 50, num período crítico para as grandes bandas, Blakey reduziu o grupo para quinteto, com a participação do pianista Horace Silver, Kenny Dorham (pistão), Hunk Mobley (sax-tenor) e Doug Watkins (baixo). Basicamente é com essa formação, mas outros músicos, evidentemente, que, Balkey encontra-se há uma semana no Brasil: Walter Davis no piano, Joe Gardner no pitom, Dennis Irwin no baixo, Dave Scnitter no sax-tenor e Bob Watson no sax-alto. Ele, uma usina de criatividade sonora, na bateria. Em quarenta anos de liderança musical, Blakey já tocou com mais de 200 músicos dos mais famosos e gravou dezenas de elepês - embora poucos editados no Brasil (a Phonodisc/ Continental, está lançando um com sua formação de quarteto), além de trilhas sonoras para filmes famosos, como "As Ligações Perigosas" (1959, de Roger Vadim). Entre outros instrumentistas que agora passaram a ser "consumidos" pelos jovens, tiveram em Blakey o seu básico aprendizado: Freddie Hubbard, Donald Bird, Wayne Shorter, Herbie Hancock e Keith Jarrett. Blakey - que se chama Abdulah Ibn Buhaina, desde que se converteu ao islamismo, é um homem que pode contar muitas histórias sobre o jazz. Afinal começou em 34, como pianista (passou a baterista substituindo um colega que adoeceu), em 39 já tocava com Fletcher Henderson e em 1940 passou a acompanhar uma figura lendária de New Orleans - a pianista Mary Low Willians. De 1944 a 47 tocou com a banda de Billy Eckstine, ao lado de músicos como Charlie Parker, Miles Davis e Dizzy Gillespie.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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19/03/1977

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