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Aramis

Imprensa II : quadrinhos

Como sempre acontece quando retorna do Rio a Porto Alegre, o professor Francisco Araújo, um dos 5 maiores expertes em histórias-em-quadrinhos no Brasil, parou algumas horas em Curitiba, no domingo passado. Primeiro professor a introduzir o ensino de histórias-em-quadrinhos do ensino superior - na Universidade de Brasília, há 6 anos passados, Araújo é hoje titular desta matéria, e mais cinema e teatro na Universidade do Vale dos Sinos, em São Leopoldo, RGS. Mesmo tendo ido ao Rio apenas para brincar o carnaval, Araújo não deixou de estabelecer aquilo que chama de contatos quadrinhólogos" e de uma longa reunião com Moacyr Cirne, editor da "Revista de Cultura Vozes" e autor de três livros sobre HQ, nasceu a idéia de criar uma associação de estudiosos de histórias em quadrinhos, que poderá fundir-se a nasci-morta Associação Brasileira de Professores e Críticos de Histórias em Quadrinhos, fundada em 1974, em Avaré- SP. Outra idéia de Araújo é estabelecer a premiação anual aos melhores criadores de HQ e cartunistas, a exemplo do que se faz nos Estados Unidos e Europa. Em Brasília, na semana passada, saiu o primeiro número de uma nova revista de quadrinhos brasileiros: "Risco", editado por Vanira da Silva e Augusto Pontes, que tem uma história inédita de Jô Oliveira ("Nasceu Corisco"), a nova estrela das HQs nacionais. Já "A Mosca", editada por Fernando Silva e Walter Luiz, traz uma história do curitibano Cortiano, colaborador de O ESTADO. A Rio Gráfica Editora, embora tenha abandonado o projeto do "Gibi" semanal, vem fazendo bem cuidadas edições especiais. A última é "Atualidade" (Cr$ 25,00), que ainda não chegou às bancas de Curitiba. Apresenta três histórias em quadrinhos destinadas ao público adulto: "Scarlet Dream" criada pelos franceses Robert Gigi e Claude Moliterni (que esteve em São Paulo, em 1970, participando de congresso internacional de quadrinhólogos), "Neutran e Valentina" de Guido Crepax e "Corto Maltese" do italiano Hugo Pratt. Um vanguardista desenhista brasileiro também teve uma história incluída nesta edição: Luis Gê (Luis Geraldo Ferrari, Martins, 25 anos). As histórias de Moliterni e Hugo Pratt receberam os importantes prêmios "Yellow Kid", "Phenix" e da Nacional Cartunist Society (EUA) entre 1971/73 - e aparecem pela primeira vez no Brasil. E já que se fala em quadrinhos, mais uma dica: na Livraria Leonardo da Vinci (Avenida Rio Branco, 185, loja 2, Rio de Janeiro), chegou uma publicação que confirma a maioridade didática dos quadrinhos na França: a cartilha "Travaux Dirigés et Bande Desinée" do professor Christian Robin, "agregé de Grammaire e assistent da U. E. R. em Nantes", destinado a ensinar, as crianças do 5º e 6º Graus do 1º ciclo, a aprenderem a ler e interpretar as "bande dessinée", ou sejam, os quadrinhos na França. Como matéria obrigatória.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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08/03/1977

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