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Aramis

Ivan Lins internacional e cada vez mais seguro

Há muito que Ivan Lins já provou que é um compositor e intérprete de grande vigor. Aos 40 anos, revigorado em termos pessoais, com as portas internacionais abrindo-se cada vez mais às suas músicas (o grupo vocal Manhattan Transfer acaba de incluir três de suas canções no elepê recém-concluído), respeitado e valorizado por nomes importantíssimos da música instrumental contemporânea, Ivan Lins não tem do que se queixar. Assim, voltando à gravadora na qual iniciou (há quase 20 anos) a sua carreira (Polygram), tem um novo e belo elepê ("Mãos", maio/87), com um punhado de canções belíssimas, gravadas com carinho e entusiasmo, tendo a acompanhá-lo um grupo do melhor nível - a banda A Famiglia, da qual fazem parte Heitor T.P. (violão, guitarras), Paulinho Braga (bateria/percussão), Mazinho (baixos), Renato Franco (flautas, sax) e Guilherme Dias Gomes (trumpete, flugel horn, trombone e teclados). Para esta gravação, convidados especiais, valorizando a produção: Cesar Camargo Mariano fez arranjos de cordas e teclados em "Viestes", "Paixão Secreta" e "Iluminados", Maurício Einhorn faz um belo solo de harmônica de boca em "O Céu Mudou"; Ohana (baterista dos tempos históricos do Tamba Trio) comparece também em "Paixão Secreta" e nos efeitos vocais, corujamente, Ivan convocou seus dois filhos, Cláudio e João. Os cuidados da produção instrumental foram tão grandes que, na capa de proteção do disco, há uma espécie de minicomentário técnico sobre a intervenção de cada músico, num detalhamento até hoje inédito em gravações nacionais. As canções - todas parcerias com Victor Martins (que originou e revitalizou a carreira de Ivan Lins, prejudicada no iníco pela poesia pesada de seu primeiro parceiro, Ronaldo Monteiro de Souza), são belíssimas, variando desde o romantismo até a crítica política, como na deliciosa salsa "Nicarágua", em que a gozação inclui até "como efeitos especiais os relinchos de Silver, gentilmente cedido pelo Zorro". Este é o 14º elepê de Ivan Lins, cuja carreira internacional é cada vez mais segura. Por exemplo, foi a interpretação de sua canção "Velas" em seu álbum "Dude", que Quincy Jones ganhou um Grammy (Best Jazz Instrumental Performance). Suas composições "Dinorah, Dinorah" e "Love Dance", com letra em inglês por Paul Williams foram gravadas por George Benson e incluídas em seu lp "Give Me The Night" que ganhou o disco de platina nos EUA, onde Ivan cantou para americanos ( e não apenas para minorias étnicas, como acontece com Nelson Ned, Roberto Carlos e outros bregas internacionalizados) em palcos de 18 Estados americanos. Em dezembro último, Ivan gravou seu primeiro especial para a TV americana no Wiltern Theatre, em Los Angeles. Ivan está ótimo. Suas músicas são fortes, seu estilo seguro e, com toda justiça, alcança um espaço cada vez mais internacional. LEGENDA FOTO - Ivan Lins: talento internacionalizado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
7
28/06/1987

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