Login do usuário

Aramis

Iwersen, agora editor da revista "Première"

Há 24 anos passados, o adolescente José Augusto Iwersen, apaixonando-se por cinema, teve uma feliz idéia: fundou um cine-clube no Colégio Santa Maria, onde fazia o curso ginasial. Com alguns colegas - como as meninas Sonia, Sueli e Cecília, mais o seu melhor amigo da época, Faruk El Kathib (hoje soçalaite dos mais conhecidos, empresário de muitas atividades e atualmente na direção da Rádio Estadual), Zé Augusto criava um núcleo cinematográfico que, bem ou mal, se constituiu, por três anos, na principal entidade ligada à cultura cinematográfica local. Após o golpe de abril de 1964, o Cine Clube esmoreceu (por imposição dos irmãos maristas, houve até "cassações" dos sócios esquerdistas da instituição e uma das vítimas foi o livreiro Aristides Vinholes), e mais uma entidade cultural da cidade morreu. Mas Zé Augusto não desistiu: assumindo o auditório do Colégio Santa Maria, o transformou num cinema - inicialmente Pró-Arte, depois Riviera - e ali foram projetados clássicos do cinema europeu, americano e japonês que, se não fosse o seu idealismo e entusiasmo, jamais teriam chegado a Curitiba. Toda uma geração - hoje na faixa dos 40 anos - teve naquela época a sua formação básica do melhor cinema, graças aos filmes que Iwersen, a custa de muitos sacrifícios, ia buscar junto a distribuidoras de São Paulo e Rio de Janeiro. xxx O tempo passou. O cinema de arte deu prejuízos a Iwersen, que tentou a distribuição de filmes nacionais, foi o pioneiro na exploração do cinema em Super 8 - realizando uma dezena de curtas e médias metragens, alguns até comerciais e obteve premiações nacionais. No final dos anos 70, tentou uma nova área: a produção de fotonovelas eróticas e uma de suas criações - a super-sexy agente Carol Blue, se transformou em best-seller na publicação que seu amigo Faruk El Kathib, então na Grafipar, lançou nacionalmente. Apaixonando-se pela estrela que havia criado, Iwersen deixou Curitiba e foi se fixar em São Paulo, onde se encontra há três anos. Mas não deixou de ter o espírito inovador e criativo. Agora, associado ao editor Bartolo Fittipaldi está lançando uma revista de espetáculos com o nome de "Première", por coincidência o mesmo título da mais agradável publicação sobre cinema que há 100 meses circula na França. Com 50 páginas, papel de boa qualidade, ilustrações em cores, a "Première" de Iwersen pretende cobrir os vários segmentos de espetáculos, mas dando especial ênfase ao cinema. Nisto, concorrerá com a "Cinemim", que a Editora Brasil América do Rio vem publicando com regularidade já há dois anos. xxx Com uma dose equilibrada de erotismo, reportagens informativas e preocupação de atingir o grande público, a "Première" de Iwersen poderá chegar a um grande público. Nesta semana, os exemplares devem chegar às bancas da cidade, mas quem não as encontrar pode solicitar à Avenida Amador Bueno da Veiga, 4.815, CEP 03652, São Paulo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
13
09/01/1986

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br