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Aramis

Jareau e Preston, para os ouvidos de agora

Pelo menos dois dos superstars escalados para o Rock in rio – que desde a última Sexta-feira é o grande acontecimento musical – já estiveram no Brasil e são nomes respeitados também pelos que apreciam jazz: Al Jarreau e George Benson. Dois artistas conhecidos internacionalmente por seu virtuosismo – o primeiro, como um homem-orquestra através de sua única e maravilhosa, enquanto Benson, embora também faça vôos comovocalista, é, antes de tudo, um excelente guitarrista. Enquanto não chegam os novos discos de Benson, que sua estadia na Brasil motivarão – a EWA lança um novo (e esplêndido) álbum de Al Jarreau ("High Crime", dezembro/84), no qual solidifica a posição conquistada como um dos mais criativos letristas e "performancers" vocal na música contemporânea. Neste novo elepê, este americano de 44 anos, nascido em Milwaukee, Wisonsin, consegue um resultado de grande estilo e diversidade, sendo ao mesmo tempo íntimo e impessoal. Pelo menos três faixas – "Imagination", "Love Speaks Louder" e "After All" já estão sendo muito divulgadas, verdadeiros cartões-de-visita deste disco que teve em outra música, "Let's Pretend", o primeiro compacto que chegou as rádios com ótima acolhida e comprova a popularidade deste vocalista – que entre "We Got by" a este "High Crime", ou seja dez anos, gravou 8 elepês e recebeu inúmeros prêmios, entre os quais vários Grammys como melhor cantor do ano. Como sempre, Jarreau foi coadjuvado pelos melhores músicos de jazz, pop & R & B na atualidade. Nomes como Robbie Buchanan e David Foster (teclados), Paul Jackson (guitarra), Greg Philiganes e Bobbie Lyle (sintetizadores) e Nathan East (baixo) em todas as faixas – entre as quais algumas de grande força como "Ranging Waters", "Murphi's New", "Tell Me" e "High Crime". Entre muita barulheira e desperdício elétrico que acontece no Rock In Rio, há momentos de alto nível – como de Al Jarreau, que se apresentou ontem a noite – após Ivan Lins, Elba Ramalho e Gilberto Gil – e antecedendo a James Taylor e George Benson – e volta ao palco na noite de Quinta-feira, 17. xxx Mesmo sem ter o mesmo prestígio de Al Jarreau, o pianista e cantor Billy preston é também um nome a ser considerado. Sua "descoberta" aconteceu há 16 anos, quando os Beatles o convidaram para participar do lp "Let it be" . Ingressando na Apple, no mesmo ano Billy Preston fez um hit – "That's way god Planned", que cantaria por muito tempo como encerramento de seus shows – e que no "Concerto para Bangladesh" (1977) foi um dos momentos altos daquele espetáculo beneficente registrado em filme numa caixa de três elepês, há pouco recolocada no mercado brasileiro. "Outta Space" , de 1972, foi outro hit dos mais conhecidos de Preston – que, entretanto, nestes últimos anos não tem comparecido com regularidade nas paradas. Vale a pena ouvir "On The Hair" (Megatone Records/Fermata) que inclui um emocionante "Beatle Tribute", composição do próprio Preston – autor, aliás, com diversos parceiros, da maioria das músicas registradas: "If Your let Me Love You", "You Can't Hide From Love", "And Dance", "Kick-It", "Come To Me Little Darlin". Particularmente marcante o encerramento, com uma nova "leitura" sonora de um dos mais belos momentos da parceria Lennon-McCartney: "Here, There And Everywhere". Ótimos instrumentistas, arranjos esmerados (de Preston e Raplph Benatar) e modernas técnicas de gravações, fazem deste um dos bons discos vocais. Um destaque: entre o sax de Ralph Benatar, a guitarra de Larry Lingle, os baixos elétricos de Bobby Veja e Kenny Burke, a percussão é do brasileiro Paulinho da Costa – este por sinal, também com um álbum solo recém-lançado no Brasil.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Nenhum
13/01/1985

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