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Jornada da Bahia renasce com a maior importância

Salvador - Após dois anos de interrupção, o retorno da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, em sua XVIII edição que inicia hoje, é o evento culturalmente mais importante para o cinema no Brasil. Um festival sem estrelas, mordomias e badalações sociais, aos circuitos comerciais é, entretanto, um acontecimento respeitado internacionalmente, o que se reflete no número expressivo de realizadores de vários países - especialmente do Terceiro Mundo - que desde 1971 vem prestigiando esta mostra baiana. A seriedade e conceito de Guido Araújo, 53 anos, um documentarista e professor que viveu muitos anos na Checoslováquia e que tem uma presença histórica no cinema brasileiro desde 1954, quando foi assistente de seu amigo Nelson Pereira dos Santos, em "Rio, 40 Graus", é a maior credencial deste evento. Criado nos anos duros da repressão, sofrendo sempre com falta de recursos e sobrevivendo especialmente graças ao apoio do Goethe Institut, a Jornada - que nasceu modestamente, pretendendo apenas ser nordestina, hoje é internacional, com vários segmentos de competição - apresenta filmes documentários, curtas, vídeos, aceitando trabalhos em 16mm - e que procurou em sua seleção ser a mais abrangente possível. Este ano, 51 filmes e 60 vídeos vindos de vários Estados e países - o Paraná aqui presente com os curtas "Os Desertos Dias", "Lápis de Cor e Salteado", "Vamos Todos Juntos Comer Defunto" e "O Candidato" - fazem com que esta XXVIII edição (que seria já a vigésima, se não tivesse havido uma interrupção de dois anos) seja um evento da maior importância. Infelizmente, a mídia nacional tem dado menor espaço a Jornada da Bahia do que destina aos festivais de Gramado e Brasília - que possuem outras propostas. Entretanto, a importância dos trabalhos que aqui estão sendo apresentados, que já disputaram outros festivais, seja na mostra de vídeos e documentários inéditos, em exibição hors concours, justifica toda uma atenção especial a este grande acontecimento cultural que volta a ser realizado. LEGENDA FOTO - Guido Araújo (de boné), idealizador e coordenador da Jornada de Cinema da Bahia, com o cineasta cubano Enrique Rineda Barnet, diretor de "A Bela de Alhambra", durante o Festival de Cinema de Gramado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20/09/1991

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