Login do usuário

Aramis

Laertes e o filme "O Diabo de Vila Velha"

O trágico acidente que custou a vida de Laertes Moreira, o simpático "jornalista do cachimbo", no último fim-de-semana, não deve ficar no registro apenas nas páginas policiais ou nas curtas notas de um obituário que surpreendeu seus (muitos) amigos. Bonachão, simpático, identificado sempre com o cachimbo, Laertes era na verdade mais um (atuante) corretor de espaços publicitários do que um jornalista, embora, na prática, cobrisse sempre muitos fatos, especialmente ligados a prefeitos do Interior, seus clientes. Entretanto, há ao lado deste Laertes, um outro, que merece registro para que conste, um dia, de uma possível (e necessária) história do cinema no Paraná. Em 1964, logo depois do golpe de 1o. de abril, um próspero empresário paulista, Nelson Teixeira Mendes, que havia, anteriormente, produzido uma versão para a tela do romance "O Cabeleira" de Franklim Teávora (1842-1888) animou-se a rodar um bang-bang na região dos Campos Gerais, no Paraná. Convocou Ody Frega, roteirista de programas de rádio e televisão em São Paulo para escrever o argumento e montou a produção. Laertes Moreira conheceu Nelson, ganhou sua confiança e acabou tornando-se uma espécie de diretor de produção do filme em Curitiba, acertando esquemas financeiros, procurando cenários e quebrando mil e um galhos que aparecem durante as filmagens. xxx As filmagens de "O Diabo de Vila Velha" tiveram início com algumas seqüências de interiores - um cenário reproduzindo uma cadeia, construída no amplo espaço do grande auditório do Teatro Guaíra, então com suas obras paralisadas. As filmagens alongavam-se madrugadas a dentro e as tensões explodiam. Ody Fraga desentendeu-se com o produtor Nelson Teixeira Mendes que convocou então José Mojica Marins - o Zé do Caixão - na época começando a ficar conhecido pelos seus filmes de terror ("Esta Noite Levarei Tua Alma", "A Meia Noite Encarnarei em Teu Cadáver"), mas que já tinha uma experiência de diretor de filmes de ação. Entretanto a produção foi difícil. Até o co-produtor, Alfredo Palacios, chegou a palpitar em algumas seqüências. xxx Só a duras penas o filme foi concluído e lançado, em sessão de gala dois anos depois, no cine Plaza. Sua carreira comercial foi lamentável pois as diferentes substituições na direção, troca de intérpretes e mudanças na história fizeram com que do argumento original pouco restasse. Nelson Teixeira Mendes apaixonou-se por uma das atrizes do filme, por sinal que conheceu em Curitiba, e com ela se casou, fazendo outros filmes na tentativa de torná-la uma star. O que não conseguiu. Ody Fraga viria a fazer carreira na chamada Boca do Lixo, dirigindo meia centena de filmes pornográficos, defendendo inclusive a estética do sexo explícito numa entrevista a "Playboy" que ficou famosa. Morreu há dois anos. Laertes Moreira, em Curitiba, tentou inclusive viabilizar outras produções mas acabou transferindo-se para o jornalismo comercial, produzindo suplementos e edições especiais, especialmente sobre administrações municipais. xxx Do filme "O Diabo de Vila Velha" - que tinha muitas seqüências externas, inclusive de Vila Velha e Foz do Iguaçu (na história, havia uma aproximação geográfica das duas atrações naturais) acabou se perdendo. Há 10 anos, quando implantou a Cinemateca do Museu Guido Viaro, o pesquisador Valêncio Xavier tentou, inutilmente, obter cópia. O máximo que conseguiu foi o "trailler" do filme - possivelmente a única memória que ficou daquela experiência de rodar bang-bang no cenário do Parque Estadual de Vila Velha. LEGENDA FOTO: Laertes Moreira, o homem do cachimbo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
04/05/1988
Na gravação do filme O Diabo de Vila Velha foram utilizadas locações no Bairro Mossunguê, incluindo a Igreja de São Grato e casas de moradores. Vários moradores do bairro aparecem no filme como figurantes, inclusive eu, que tinha alguns meses de idade. Na cinemateca havia uma cópia deteriorada da íntegra do filme, que foi exibida na ocasião da morte de Laertes Moreira.
Há anos tento obter cópia deste filme, sêm êxito. Já enviei três e-mails para o site oficial do Zé do Caixão curiosamente sem obter nenhuma resposta. Já procurei na internet porém apenas encontrei algumas sinopses em alguns sites. Recentemente li que o filme estava sendo exibido num festival de arte ou cinema ou coisa parecida em Brasília mas não investiguei a fundo. Se alguém tiver maiores informações sobre este filme, por favor entre em contato pela e-mail acima ou poste o link neste espaço.
Boa noite.... hj li no tabloide digital sobre o meu querido dr. Laertes Moreira.. meu ex chefe fiquei muito comivida pela dedicação, ainda nao tinha lido o tabloide, nao sei o pq mas senti vontade de procurar algo sobre ele, e me deparei com a sua procura, posso pelo menos tentar ajudar.. nad a é concreto mas, Dr. Laertes tem uma filha advogada de nome Margarethe Zanardini Moreira, talves ela saiba de alguma coisa sobre ( filme O diabo de Vila Velha) como filha talvez possa saber de algo.... é o que posso ajudar nomomente. gostaria que a memoria do Dr Laertes fosse + divulgada afinal ele éra o cara,muito querido por todos.. Abraços Maris
Tambem ando a procura de uma cópia deste filme, pois um tio meu participava do elenco desta produção.Na época minha pouca idade não permitiu que assistisse o filme. Se alguem souber onde encontrar..... ( diordiu@tutopia.com.br )
a cinemateca tem uma cópia por muitos anos tentei entregar para algum orgao estadual as coisas relativas ao filme que meu poai guardava. não obtive exito e tudo acabou se perdendo ! vou ver se encontro algo que pareça copia de filme daquele tempo que era em não sei atos milimetros.. se achar tentarei mais uma vez entregar a quem interesse preservar algo do inicio do cinema no Parana Margareth Zanardini filha do Laertes e (ate ) participante do filme como filha do capitão que era o proprio Nelson teixeir mENDES

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br