Laje de autógrafos vai para o Guaíra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de julho de 1987
Felizmente o ex-secretário da Indústria e Comércio, Fernando Miranda, antes de deixar o cargo, transmitiu ao pessoal de sua pasta a observação de que por ocasião das obras de transformação no Cine Vitória no Centro de Convenções, não se destruam as lajes de cimento nas quais ficaram gravadas as palmas das mãos de muitas personalidades artísticas que passaram por Curitiba entre 1963/68.
Assim, os atuais diretores da PARANATUR entraram em contato com o superintendente da Fundação Teatro Guaíra, Constantino Viaro, e ficou acertado que as duas lajes que ainda se encontram defronte ao Cine Vitória serão transferidas para um dos jardins laterais do Teatro Guaíra.
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Por ocasião das duas últimas edições do "Tribunascope" de Ouro, promoção criada em 1960 por Júlio Neto, quando redator da "Tribuna do Paraná", nomes famosos do cinema americano - como Karl Malden, Janet Leigh, Tony Perkins, vieram à Curitiba. E na festa de entrega dos troféus que a "Tribuna do Paraná" oferecia aos melhores do cinema, antes de entrar no cinema, os artistas deixavam na entrada do Cine Vitória - no melhor estilo do Chinese Theatre, no Hollywood Boulevard, as impressões de suas mãos no cimento.
"Tribunascope" acabou e Curitiba perdeu uma das poucas festas de cinema que movimentava a cidade. Ficaram, entretanto, nas marcas do cimento - que agora, com o fechamento do Cine Vitória - serão transferidas para um dos jardins do teatro.
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Constantino Viaro tem dupla razão para se preocupar com a preservação destes totens da memória de uma época: como executivo cultural e como ex-jornalista, que nos anos 60 era - ao lado de Denísio Belotti - responsável pelo setor de promoções da Editora "O Estado do Paraná". Embora a festa do "Tribunascope" tenha sido idealizada por Júlio Neto, era Viaro, com sua organização e dinamismo, que viabilizava o evento.
Júlio Neto, aliás, também se preocupou pela manutenção das lajes que lembram o "Tribunascope". Procurou Fernando Miranda, antes dele deixar a pasta da Indústria e Comércio, e obteve a promessa de que as mesmas não seriam destruídas.
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