As letras certas que Schwartz sabe editar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de novembro de 1991
O editor Luís Schwartz é um homem que sabe unir a qualidade ao sucesso. Quando era o diretor da Brasiliense, fez com que a casa de Caio Graco tivesse um boom atingindo várias faixas de público, com coleções das mais bem transadas - como "Encanto Radical", "Primeiros Passos", "O que É...", etc., que continuam a serem das mais vendidas.
Com sua própria editora, a sofisticada Companhia das Letras, Schwartz emplaca mensalmente best-sellers com obras que, de princípio, assustariam editores de menor visão - mas que ele investe corajosamente. E se grande parte de sua produção é de autores estrangeiros, também busca produtos próprios. No ano passado, terminou o ano com "Chega de Saudade", de Ruy Castro, livro que continua entre os mais vendidos - assim como dois outros títulos do mesmo autor ("O Melhor do Mau Humor" e "O Amor de Mau Humor").
Um contrato da Companhia das Letras, com os herdeiros de Vinícius de Moraes vem possibilitando que não só a obra completa do grande Poeta seja reeditada - acrescentada de inéditos [?], mas também se conheça outros textos. Sérgio Augusto trabalha numa biografia do autor de "Para Viver um Grande Amor", mas antecipando saiu agora "Livro de Letras - Vinícius de Moraes", de José Castello (260 páginas), paralelamente ao "Cinema de Meus Olhos", que Carlos Augusto Calil, incansável garimpeiro das coisas de cinema, organizou com tudo aquilo que Vinícius escreveu sobre cinema entre 1941/52. Dois livros básicos, presentes de Natal ideal a pessoas inteligentes e que chegam agora as livrarias, juntamente com outro best-seller de qualidade que vai encarar: a biografia de Woody Allen, escrita por Eric Lax, um dos mais vendidos nos EUA e que deve repetir o sucesso no Brasil.
LEGENDA FOTO - Vinícius de Moraes: reedição da poesia, crônicas de cinema e biografia - tudo pela Companhia das Letras.
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