Ligadão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de maio de 1980
FICHA TÉCNICA
LP: << CIRCENSE >> ( EMI/ODEON - 064. 422861D)
Intérprete: Egberto Gismonti
Produção-executiva: Egberto Gismonti
Regência: Benito Juarez
Músicos: Egberto Gismonti, Mauro Senise, Robertinho Silva, Luís Alves e L. Shankar.
LADO a: << Karetê >> (Gismonti); << Cego Aderaldo >> (Gismonti), << Mágico >> (Gismonti) e << Palhaço >> (Gismonti & Geraldo E. Carneiro).
LADO B: << Tá boa, Santa >> (Gismonti), << Equilibrista >> (Gismonti), << Ciranda >> (Gismonti) e << Mais que a paixão >> (Gismonti & João Carlos Pádua).
Egberto Gismonti é, em minha opinião, um dos tripés em que repousa a música contemporânea mais criativa que faz hoje não só no Brasil, mas no próprio continente. Apontar os outros dois não é fácil: pode ser Hermeto, Tom, Milton Nascimento ou o argentino Astor Piazzolla. Agora, com relação a este fluminense do Carmo, que apesar de todo prestígio (merecido) que obteve em sua carreira internacional, continua a ser a mesma simples, amiga e simpática, não tenho dúvidas. Egberto é um instrumentista-compositor liberto de rótulos, escolas, preconceitos: formação de conservatório, começou modestamente há pouco mais de 10 passou grande parte da década passada no Exterior. Convivendo com as mais avançadas correntes musicais, nunca abandonou suas raízes: no Xingu, inspirou-se para um de seus mais belos trabalhos (<< O Sol do Meio-Dia >>) e a sua cidade natal, dedicou seu elepê, de 1978, fazendo, em seguida, o << Nó Caipira >>. Entre gravações no mais sofisticado (e perfeito) estúdio do mundo, o << Talent >>, em Oslo, trabalhos divididos desde o percussionista (e seu maior amigo) Nana vasconcelos aos tecladistas Herbie Hancock e Chico Corrêa , Egberto volta ao Brasil e faz este lírico, apaixonante, maravilhoso << Circense >>, em minha opinião, desde já um dos 10 melhores discos do ano. É o mínimo que posso repetir a respeito!
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