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Aramis

LIVRO

Destinado pelo autor à literatura infantil como obra de ficção, o menino do dedo verde, de Maturice Druon, que a Livraria José Olímpio Editora acaba de publicar em tradução de Dom Marcos Barbosa OSB, parece em verdade de alcance muito mais amplo do que pretendia inicialmente o autor. Maurice Druon (foto), antes de tudo, começou sendo uma surpresa ao escrever esse livro, pois até então se fizera notar principalmente como autor de romances históricos onde a ficção e a verdade se interpenetravam, num hibrismo aliás bastante grato ao grande público. Mas se foi uma surpresa essa rápida transformação não foi menor o sucesso da obra na perspectiva que lhe deu o autor, que transbordou inclusive da área do público infantil para interessar e emocionar a leitores adultos dotados de sensibilidade e imaginação, dentro de um clima que foge ao rigorismo lógico dos adultos, "O Menino do Dedo Verde", entretanto, nem por isso esconde a objetividade de uma grande mensagem de beleza e poesia, que embora acentuadamente simbólica para as mentes infantis, não será por elas menos compreendia do que as lições que a própria personagem da história - Tistu - recebia, fora da escola do seu grande amigo jardineiro. Estabelecendo um paralelo entre "O Menino do Dedo Verde" e "O Pequeno Príncipe", de Saint-Exupéry, Dom Marcos Barbosa, o tradutor, que em ambos vê a marca dos textos que se transformam em verdadeiros clássicos, adverte entretanto que não há nenhum servilismo do primeiro em relação ao segundo, pois o heroi de Druon "tem uma vidinha inteiramente sua e as proezas do seu dedo verde são inteiramente originais". Poesia e beleza, ao lado de ironia e humor, são portanto as notas em destaque desse belo livro de Mauríce Druon cujo espírito cristão, inclusive, deve ser ainda posto em destaque como o suporte dessa grande aventura de uma obra literária que fala à sensibilidade humana sem se importar com os preconceitos cronológicos da idade, e que é também uma "lição" sem o ranço das historias pretensamente didáticas, ainda que invariavelmente maçantes.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
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27/02/1973

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