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Aramis

Lolô & o Turismo (I)

Nos contatos que estará estabelecendo com poderosos grupos internacionais, sediados em Portugal e Inglaterra, a partir da próxima semana, o arquiteto Ayrton Gornelsen vai, novamente, tentar trazer para o Paraná sólidos investimentos a nossa incipiente indústria turística. Depois de ter oferecido ao deputado Maurício Fruet vários quilos de documentação contendo material para uma dezena de importantes projetos relacionados à área turística, Cornelsen, antecipando-se as iniciativas oficiais, utiliza seu know-how e relacionamento na Europa (residiu por nove anos em Portugal, responsável pelo projeto de nada menos que 32 hotéis) para sensibilizar grupos dispostos a fazerem suas cadeias de hotéis crescerem na América Latina, a interessarem-se pelo Brasil e, em especial, no Paraná. Um de seus projetos está na instalação de um grande hotel na praia de Pontal do Sul, estrategicamente localizada na estrada da baia de Paranaguá e defronte a Ilha do Mel - sendo assim o ponto de maior futuro turístico em todo o nosso litoral. Lolô Cornelsen estudou profundamente as potencialidades do turismo, em suas diferentes características recreio, competições esportivas e congressos. Em relação a este tipo de turismo, os dados são impressionantes: uma estatística de 1969, mostrou que 9 milhões de pessoas assistiram congressos em todo o mundo. Em 1971, elevou-se para 17 milhões. Dos últimos quatro anos não há estatísticas disponíveis, mas acredita-se que já passa de 20 milhões o número de pessoas que à guisa de participar de encontros (se realizam anualmente cerca de 35 mil congressos por ano, ou seja 100 por dia) viajam para as mais diferentes partes do planeta. Assim, o raciocínio de Cornelsen é lógico: havendo cada vez maior interesse de europeus, americanos e mesmo asiáticos em conhecerem a América do Sul, um dos grandes atrativos seria incluir o nosso País, desde que dotado de uma infra-estrutura de acordo, no circuito da "Congressite", como é chamada a "doença dos congressos", aceita e sem terapêutica especifica. "Se fizermos às contas, diz o arquiteto, atendendo a média de 4 dias de estadas por participante, verificamos que hoje os congressos significam cerca de 80 milhões de estadias por ano". São números que dão o justo valor deste mercado em grande expansão e cujo significado na balança turística está se acentuando de ano para ano. Xxx Novos tempos também na religião: o programa da Semana Santa divulgado pela Catedral mostra que as comemorações limitam-se agora ao estritamento obrigatório pela Igreja, sem as pompas de décadas passadas. Por exemplo, foi substituída a solene procissão do Enterro do Senhor e definitivamente abolida a procissão do Encontro entre o Cristo Torturado e sua mãe Maria. Para quinta-feira Santa ficaram os ofícios de adoração do Santíssimo Sacramento (à noite), a Missa da Crisma (de manhã) e a Missa da Ceia do Senhor, com a milenar cerimônia do Lava-pés. Para Sexta Feira, o Ofício da Paixão, às três horas da tarde, e uma Via-Sacra noturna, ao redor da Praça Tiradentes (20 horas). Para sábado, também à noite, a Missa da Ressurreição, com a benção do Fogo Novo, da Água do Batismo e a Celebração da Páscoa. Xxx Primeira mão, nacional: amanhã, em Tiradentes, histórica cidade de Minas Gerais, o cineasta francês roda a última seqüência da superprodução intitulada (provisoriamente) "Um Animal Desprovido da Razão". Reunindo artistas franceses como Jean Claude Brialy e Alexandra Stewart a um elenco nacional grandioso, esta co-produção Brasil - França terá lançamento mundial a partir de julho. A Embrafilmes, que iria financiar parte do filme (custou total de Cr$ 3 milhões) acabou retardando o tutu. É que há 64 projetos de financiamentos e como o presidente Roberto Farias só pode atender dez, devido a escassez de recursos, todos estão em compasso de espera. Depois deste filme de Pierre Kast, Oto Engel e seu sócio o compositor cineasta Sérgio Ricardo, já tem outra co-produção em que participarão: "Polichinelo" de Jean Gabriel Albicoco, com Paulinho da viola no papel título. Uma das mais ambiciosas fitas para a temporada 75/76, "Polichinelo" será filmado em Fortaleza, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
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23/03/1975

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