Look, daqui pode sair a modelo de US$ 1 milhão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de julho de 1989
Concursos de beleza acontecem em toda parte, em todas as estações. Mas um concurso em que a beleza seja apenas uma das condições e que a(s) premiada(s) ganhem muito mais do que uma faixa, a coroa e, no máximo uma viagem ao Exterior, não ocorrem todos os dias. Por isto, até o último fim de semana, Edson Flávio Dores, da rede de lojas Ellus, em Curitiba, nem sabia precisar o número de moças que nesta terça-feira começam a concorrer a um sonho maior: a escolha das vencedoras regionais da promoção "Look of the Year", entre as quais, dentro de três semanas (10 de agosto, São Paulo) será selecionada aquela que disputará o título mundial em Paris. O que significa uma glória mundial e, principalmente, contratos de milhões de dólares por muito tempo - sem falar em sonhos de Cinderela, com tudo que o romantismo pragmático dá direito.
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Apesar do clima mágico de escolher as mais perfeitas modelos para uma disputa internacional, a promoção é rigidamente profissional, num empreendimento que envolve - só na etapa Brasil - mais de US$ 1.500,000.
Afinal, o empreendimento embora coordenado por uma empresa brasileira - a Ellus - tem seu know-how por parte de uma das maiores agências de modelos do mundo, a Elite Model Management, de Nova Iorque, criada por John Casablancas, 42 anos, e que nos últimos cinco anos envolveu já mais de 100 mil candidatas de 35 países, em cinco seleções - cujos desfiles finais aconteceram em Acapulco, Ilha Mauricius, Forte Dei Marmi (Itália), Taormina (também Itália), Atami (Japão) e, em setembro próximo, em Paris.
A modelo que for selecionada na etapa Paraná - quinta-feira, 20, com as candidatas vindas também de Apucarana, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu) poderá ser a finalista do Brasil e disputar em Paris, com 50 candidatas de 35 países que concorrerão a um milhão de dólares em contratos de trabalho com a Elite Model. No Brasil, a Ellus contrata os três finalistas para integrarem campanhas publicitárias da empresa. Quanto a Elite do Brasil, as candidatas (e candidatos, já que em plano interno são admitidos também modelos masculinos) que apresentarem maior potencial serão contratados para fazerem parte do departamento de "new faces" da agência. Que, assim, anualmente, reforça seu elenco com jovens com excelentes possibilidades de carreira profissional - independente da premiação maior. A finalista do ano passado, Vanessa Nunes, uma belíssima morena, é hoje uma top model - caminhando num mesmo plano de superstars da passarela que atingiram o estrelato - Luiza Brunet, Vanessa de Oliveira, Monique Evans ou mesmo Xuxa.
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A promoção "The Look of the Year" é tão sofisticada que vem criando um novo know-how em matéria de técnica de espetáculos-desfiles. E nisto, surge o nome de Paulo Ramalho, 42 anos, coreógrafo (entre outras especialidades) que se preocupa em fazer de cada desfile um espetáculo que fuja do esquema monótono dos tradicionais concursos de beleza. De princípio porque a escolha não é para um campeonato de Miss - mas sim uma carreira profissional na qual normalmente inscrevem-se já modelos, com experiência de passarelas e que buscam uma oportunidade internacional. Depois, porque o julgamento é feito com a participação de profissionais de áreas distintas (cabeleireiros, maquiadores, estilistas, etc.), capazes de fazerem uma avaliação extremamente equilibrada.
No ano passado, em 59 cidades, a promoção movimentou mais de 10 mil candidatas. Nesse ano, em função da repercussão obtida na primeira edição, o evento decolou em outro ritmo, como diz Nelson Alvarenga, presidente da Ellus - e que ao lado de Ricardo Belini, presidente da Elite no Brasil, estará amanhã em Curitiba, para o final da etapa paranaense da promoção.
LEGENDA FOTO - Vanessa, que foi a representante brasileira no "Look of the Year" 88, é hoje já um nome famoso.
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