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Aramis

Marco Pereira, um completo virtuose

É estimulante sempre o aparecimento de novos virtuoses do violão. Este ano, particularmente, tivemos duas revelações em disco: Marco Pereira ("Violão Popular Brasileiro Contemporâneo", Som da Gente) e William Senna ("O Homem do Madeiro", Carmo). Jovens, criativos e perfeitos em suas propostas, se constituíram na grande novidade para a valorização instrumental. Marco Pereira, 35 anos, violonista desde os 13 anos de idade, com uma longa formação erudita, define as músicas deste seu disco como "uma fusão da minha vivência em violão clássico e da minha vivência com a música popular brasileira de várias épocas e diversos estilos". Autodidata entre os 13/16 anos, Marco estudou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, passou cinco anos com o mestre Isaías Savio e influenciou-se por mestres internacionais como Andrés Segovia, Julian Brian e John Willians. Em 1975 viajou para a Europa, tendo oportunidade, em Paris, de aperfeiçoar-se com um dos grandes violonistas contemporâneos, Oscar Cáceres, uruguaio há mais de 15 anos radicado em Paris. Só em 1980 retomou sua carreira no Brasil, fixando-se em Brasília, onde faz a regência dos corais da Telebrás e do Congresso Nacional, já que não dá para viver só das cordas. Gravando agora seu primeiro lp - que o Som da Gente distribuirá também no Exterior - Marco Pereira torna-se mais conhecido, mostrando não só o seu virtuosismo de intérprete, mas, principalmente, o lado de compositor. Afinal, com exceção do conhecido tema folclórico "Muié Rendera", são todas suas próprias composições: "Baião Cansado", "Samba Urbano", "Pixaim" (um frevo composto sob inspiração de Olinda), "O Choro de Juliana" (segundo de uma série de 5 choros para sua filha, nascida em 1982), "Forrozal" (tocada na viola caipira), "Pivete" (uma bem sucedida experiência no uso de uma escrita diferente para violão) e, especialmente, "Prá Hermeto" - a melhor faixa do disco, escrita por Marco logo depois de assistir, fascinado, a um show do genial Hermeto Paschoal: - "Resolvi ligar a composição a ele e o caminho que descobri foi usar uma célula do tema "Bebê", uma das músicas mais conhecidas de Hermeto e das quais eu mais gosto".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Claudio
Música
6
10/11/1985

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