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Mário Celso, o sabor de 72 horas no poder

Ao transmitir ontem o cargo de prefeito interino para o deputado Algaci Túlio, o vereador Mário Celso completou apenas 72 horas na chefia do Executivo. Aparentemente, uma substituição quase simbólica, pois assim como o vice prefeito Tulio, assumindom por suas semanas, durante a viagem de Jaime Lerner à Escandinávia, já tem limitada a sua ação, nem se cogita que em apenas três dias úteis, alguém possa personalizar qualquer ato na máquina administrativa. Entretanto, ,mesmo que simbolicamente foi muito importante que três coincidências - a viagem de Lerner ao Exterior, a necessidade de Tuilo prestigiar a posse do novo Intendente de Assunção, Carlos Felizolla ( em recomendação do próprio Itamarati como mostra de amizade necessária neste processo de aproximação entre os países do Conesul) e a viagem também à Assunção do Presidente da Câmara Municipal Horácio Rodrigues, tenham dado à Mario Celso talvez a única chance de, na atual legislatura, sentar-se na poltrona o prefeito de Curitiba - espaço naturalmente ambicionado por qualquer político que ama a sua cidade. Aos 44 anos, Mário Celso Cunha é o exemplo do político coerente, que vindo de uma família humilde está sabendo construir a sua carreira. Radialista profissional, que inteligentemente jamais se afastou da popularidade que o veículo lhe oferece (diariamente, na Independência, apresenta "A simpatia está no ar"), Mário Celso teve sua primeira eleição em 1987 pelo extinto MDB. No ano seguinte, conseguia eleger-se deputado estadual. Em 1982, dentro da virada política que a sigla sofreu, não conseguiu a reeleição mas ficou na primeira suplência. Foi quando seu amigo Maurício Fruet o convocou para assessorá-lo como secretário particular na prefeitura. Roberto Requião sucedendo a Fruet, o prestigiou: após ter sido seu chefe-de-gabinete por quatro meses, assumiu a Secretaria Municipal do Menor, empenhando-se em vários programas generosos. Posteriormente, Álvaro dias o convocaria para sua assessoria no Palácio Iguaçu, de onde sairia candidato a Câmara. Eleito, foi escolhido para a 1a vice-presidência da casa, o que lhe deu agora condições de, mesmo que num mandato Blitz-Krieger , saborear três dias de poder no Executivo. xxx Pela sua própria formação familiar - seu pai, Jacinto Cunha, foi um dos pioneiros do rádio paranaense, trabalhando por mais de 30 anos na PRB-2, Mário Celso sempre esteve ligado aos meios de comunicação e artísticos. Chegou a escrever sobre música no "Diário Popular" , embora, basicamente, tenha sempre se voltado mais ao rádio, atuando em várias funções e prefixos. Em seus mandatos legislativos, tanto na assembléia como na Câmara - nas duas vezes - tem se mostrado atento a nossa vida cultural, numa preocupação das mais salutares. Ao lado de lembrar-se sempre de homenagear a quem tenta fazer arte e cultura no Paraná é também um fiscal atuante dos demandos da fundação cultural de Curitiba, a quem tem encaminhado seguidos pedidos de informações. Ainda recentemente, após o vereador Vanhoni (PT) ter entimado a presidente da FUCUCU, Lucia Camargo, a tentar explicar na Câmara as crises existente naquele órgão, Mário Celso reforçou as denúncias: exigiu explicações por escrito, que, embora já encaminhadas, estão longe de serem satisfatórias em termos de esclarecimentos. xxx Deve-se a Mário Celso, como vereador, a iniciativa de nome do maestro Londolfo Gaya (1928-1987) ter sido dado a uma das ruas de Curitiba. Quando da inauguração da via, com uma homenagem a qual, infelizmente, Stelinha Egg, já gravemente doente, não pode comparecer - Mário lamentou que o evento não tivesse merecido sequer a presença de representantes da FUCUCU - que é sempre omissa em promoções ligadas a cidade. No último dia 10, quando do falecimento da cantora Stelinha Egg, Mário Celso foi o único homem público a comparecer ao velório na Igreja Presbiteriana, colocando-se à disposição da família. No dia seguinte, na sessão da câmara, apresentava uma proposição de um voto de profundo pesar pelo falecimento da artista Stela Maria Egg Gaya. Amigo da família Egg, respeitado pela seriedade de seu trabalho, Mário Celso quer colaborar na concretização do projeto idealizado por Stelinha - um Museu-centro cultural que perpetue a obra do maestro Gaya com seu acervo. Já objeto de um projeto que chegou a ser aprovado pelo ex-secretário da cultura, René Dotti - tendo inclusive publicação no diário Oficial - esta idéia não pode ser esquecida.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
28/06/1991

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