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Aramis

Maristela, última esperança da arte

O exemplo do Museu Guido Viaro - que poderá inclusive perder até a razão de existir, no momento em que o advogado Constantino Baptista Viaro, magoado e ofendido com a forma que a política cultural naquele espaço vem se desenvolvendo, decida retirar o precioso acervo - é gritante. A Primeira Dama do Município, Sra. Maristela Requião, quando jovem, foi funcionária da Cocaco, na época em que a primeira galeria de arte de Curitiba, aglutinava toda uma geração de talentos que renovaram as artes plásticas no Paraná. Fundada por Enio Marques Ferreira, Loio Pérsio e Manoel Furtado - e depois vendida a Eugenia Petrius, a Cocaco marcou época. E ali, a então jovem Maristela aprendeu a amar as artes plásticas. Hoje, esposa do prefeito Roberto Requião - político que sonha em chegar ao governo do Estado - é natural que Maristela se preocupe com as artes plásticas, campo que conhece bem (pois é também diretora da loja de móveis e objetos de arte, pertencente a família Requião). Graças ao seu entusiasmo, o Centro Cultural do Portão vem sendo implantado e também graças a sua simpatia foi que o maior dos artistas plásticos do Paraná, Poty Lazarotto, numa total generosidade, doou a FCC todo seu magnífico acervo - avaliado em milhões de cruzados, com originais dos maiores nomes das artes plásticas do Brasil, além de livros, documentos, objetos de arte popular etc. Portanto, mesmo com a Secretaria Municipal da Cultura fazendo uma discutível política de esvaziamento do Museu Guido Viaro, talvez nem tudo esteja perdido. Maristela, em seus anos de juventude, quando assessorava Eugenia Petrius na Acaiaca, conheceu - e por certo admirava o professor Guido Viaro, simpático, atencioso para com todos. Cabe a ela, agora, evitar que a cidade perca também o Museu que deve perpetuar, para o ano 2.000, a memória e a arte do professor Viaro - mestre de tantas gerações. Ou será que até a memória do professor Guido Viaro também tem que ser vítima do ódio, do rancor, da inveja e da mediocridade política que procura apagar de nosso presente, tudo que lembra a administração Jaime Lerner?
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
03/03/1988

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