Login do usuário

Aramis

Metry, um paranaense em andanças na Antártica

Um dos mais conceituados cientistas paranaenses, nome internacional na área de biologia, o professor Metry Bacila, 69 anos, é hoje uma das pessoas que melhor conhece a questão da Antártica. Integrante da comissão brasileira, na área científica, do projeto Antártica, o professor Bacila já esteve três vezes no Polo Sul, participando de importantes expedições científicas orientando importantes pesquisas na área da biologia. Atualmente, vem coordenando o trabalho de discípulos, de vários estados, bem como de também experientes colegas que tem participado das últimas temporadas científicas na Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha do Rei Jorge; no continente Antártico - onde cerca de 20 países em mais de 50 estações científicas desenvolvem importantes estudos. Há sete anos, o professor Metry já relatou no livro "Cartas da Antártica" (edição da Universidade Federal do Paraná, 66 páginas) suas primeiras experiências no Programa Antártica Brasileiro - PROANTAR que coordenado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, teve inaugurada a estação Comandante Ferraz em 6 de fevereiro de 1984 e já em 1985 ampliava suas instalações construindo laboratórios para o desenvolvimento das atividades científicas. xxx Num importante depoimento gravado para o projeto Memória Histórica do Paraná - no qual recordou sua vida e carreira de cientista, desde os anos 30 - o professor Bacila destacou especialmente a contribuição que muitos jovens cientistas ligados ao Centro de Biologia Marítima - da qual foi um dos implantadores, em Pontal do Sul - vem prestando a importantes programas de pesquisas marítimas. Por exemplo, o pesquisador Ari Tome Takasi, que vinha desenvolvendo trabalhos naquele centro, na área da reprodução do camarão em cativeiro, licenciou-se recentemente atraído por um convite de uma empresa multinacional. Outra perda sofrida pelo centro, foi da professora Monika Montu, pesquisadora argentina, que agora está na cidade do Rio Grande. Médico da turma de 1946 da Universidade Federal do Paraná, Metry Bacila, paranaense de Palmeiras, fez sua tese de doutoramento sobre o fator RH em Curitiba num trabalho pioneiro. Estagiando em Rosário e Buenos Aires, seria um dos jovens cientistas que participou de uma brilhante equipe liderada pelo professor Marcos Henrietti no Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas (hoje TECPAR) que, apoiada pelo então interventor Manoel Ribas, foi o núcleo em que se desenvolveram grandes trabalhos na área científica e tecnológica. Para Metry Bacila, um nome que precisa ser valorizado, por sua contribuição a ciência no Paraná é do professor Arthur Otto Schwab, já falecido, que aqui desenvolveu um trabalho "com uma dimensão internacional". Participante da primeira reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Campinas, 1948, Bacila foi um dos responsáveis pela realização do segundo encontro em Curitiba, no ano seguinte "o que foi um prestigiamento ao trabalho científico que estávamos aqui desenvolvendo". Assim como o interventor Manoel Ribas deu condições a implantação do IBPT - no início, voltado basicamente para a área zoo-técnica - o governador Moisés Lupion também entendeu a importância do fortalecimento daquele organismo, numa época em que as pesquisas científicas no Brasil ainda se desenvolviam em poucos Estados. Professor catedrático tanto na Universidade do Paraná como na USP - onde trabalhou por mais de 17 anos, autor de 10 livros e cerca de 400 trabalhos científicos, o professor Bacila não aposentou-se: continua a ser um dos principais consultores do Centro de Biologia Marítima, atua na coordenação do curso de pós-graduação em ciências veterinárias e, especialmente, integra o Programa Antártica que desde 1983 o tem feito fazer viagens a lugares em que a temperatura chega a 90 graus negativos. LEGENDA FOTO - Professor Metry Bacila (direita), ao lado do jornalista Freitas Neto, coordenador do programa Memória Histórica do Paraná.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
22/02/1992

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br