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Miran revela o talento gráfico dos portugueses

Osvaldo Miranda deve estar retornando da Europa - após ter brilhado na VI Bienal Internacional de Arte, em Vila Nova de Cerveira, às margens do Rio Minho, na fronteira de Portugal com a Espanha e que este ano recebeu o título de "Design Gráffico SS". Foi uma viagem rápida, para o lançamento da edição especial-double da revista Gráfica (números 20/21, Cz$ 7.500,00) dedicada aos criadores gráficos portugueses. xxx Produzindo mais um número belíssimo da revista que o consagrou como um dos melhores designers-editores, Mirandinha prova ao longo das dezenas de ilustrações, anúncios, posters, grafismos, etc., que as artes gráficas em Portugal merecem atenção. Em vários textos - a maioria preparada por Oswaldo de Souza - são apresentadados artistas como João Machado (Coimbra, 1942), Vasco de Castro (Vila Real, 1935), Manuel Peres (Lisboa, 1941), Antonio Antunes (Lisboa, 1953), Pedro Palma (Serpa, 1959), entre outros talentos de uma nova geração de criadores gráficos de Portugal - mas ainda desconhecidos no Brasil. Procurando sempre abrir as páginas da Gráfica para designers e artistas gráficos de todo o mundo, Mirandinha despachou para Lisboa há seis meses o publicitário Ewald Shelder, que viabilizou esta edição - por certo destinada a se transformar em mais um colector-iten para os que se interessam pelas publicações de arte. xxx Orestes Woestehoff e Carlos Ferreira da Costa, executivos da Casa de Idéias - Editora de Vídeo e Gráfica, instalada em Curitiba - e que estrutura comercialmente o talento de Mirandinha, de forma que a Gráfica se transforme numa publicação internacional - concorrendo com a suíça Graphis ou a americana Modern Graphic - também iriam a Portugal, mas, prudentemente, acharam mais importante permanecer no Brasil. Especialmente porque há muitos projetos em andamento e a procura por assinaturas da revista (US$ 128) tem crescido cada vez mais. xxx A edição de Gráfica dedicada a Portugal marca também a associação de Mirandinha com a Editora Gráficos Burti, de São Paulo. O empresário Luiz Carlos Burti em 12 anos conseguiu desenvolver uma das maiores (e sofisticadas) gráficas do país, com um sistema integrado de fotolitos e impressão que ganhou grande impulso em 1982, com a compra de um scanner Jumbo CP-340, o primeiro equipamento para fotolitos desse porte na América Latina. "Sempre nos preocupamos com a qualidade e defendemos a idéia de quem faz a impressão deve fazer seus próprios fotolitos", argumenta Luiz Carlos Burti, que ao sentir o nível internacional da publicação que Miram vinha imprimindo em gráficas de Curitiba, decidiu oferecer condições mais cômodas para que o editor não tivesse tantos problemas de finaciamento. Isto porque, apesar da sua qualidade, a Gráfica ainda tem poucos anúncios - o que faz com que uma edição especial como esta (que custou cerca de Cz$ 40 milhões, 3 mil exemplares) dependa muito da venda avulsa - e de incremento de assinaturas para se equilibrar. Apesar da qualidade de nossas gráficas - muitas delas padrões nacionais - Miram aceitou a proposta de Burti, em São Paulo, e graças a isto, a regularidade de Gráfica deverá ser uma constante a partir de agora - pelo menos no que garante o executivo Orestes Woestlehoff. LEGENDA FOTO - Luiz Carlos Burti ao lado de um equipamento sofisticado - a Aurelia 700 - que oferece condições para que a revista "Gráfica" possa circular com regularidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
19/08/1988

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