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Aramis

A MPB nos anos 60 (VII) - O Formigão reúne-se ao Chapéu-de-Palha

Se o Teatro do Paiol existisse há 10 anos, temos certeza, sem falsa modéstia, que espetáculos como "Rosa de Ouro" - que lançou a partideira Clementina de Jesus ao lado de jovens sambistas como Paulinho da Viola e Elton Medeiros, teriam sido vistos ao vivo pelos curitibanos. Bem como "Teleteco Teco Opus Nº1" ou "Mudando de Conversa", que marcaram a presença do notável Cyro Monteiro no teatro de Arena da Guanabara, em inspiradas produções deste poeta de rara sensibilidade que se chama Hermínio Bello de Carvalho. E como o bom Cyro Monteiro (28 de maio de 1913-13 de julho de 1973), sobrinho de Nonô (Romualdo Peixoto, 1902-1955, compositor e pianista) e primo dos cantores Cauby e Andyara Peixoto, também foi vítima do que Vinícius de Moraes, com muita propriedade, chama de "ano assassino de 1973", só resta a saudade de sua forma descontraída de interpretar sucessos marcantes como "Se Acaso Você Chegasse", "Beijo na Boca", "Oh, Seu Oscar!". e por isto, não poderia deixar de merecer um registro especial a reedição do show "Teleteco Teco Opus Nº1", incluído como volume 6 da coleção Edição Histórica (Fontana Special, 6470516, maio/74). Neste encontro que Cyro teve com o sambista Dilermando Pinheiro (Rio, 28 de setembro de 1971), os dois traçam um panorama da MPB entre os anos 30/50, entre frases espirituosas e histórias deliciosas. O próprio Dilermando Pinheiro satiriza o fato de ser pouco conhecido fora dos círculos mais ligados à MPB, apesar de sua longa carreira (estreou em 1936, na Rádio Guanabara) e ter criado um estilo muito pessoal, utilizando o chapéu de palha. Assim, isoladamente ou em dupla, Dilermando e Cyro Monteiro apresentam neste disco-show as seguintes músicas, que por si só já fazem parte de nossa história musical: "Minha Palhoça" (J. Cascata), "Alô João" (Cyro Monteiro/B. Powell), "Para Me Livrar do Mal" (Ismael Silva/Noel Rosa), "A Mulher Que Eu Gosto" (Cyro de Souza-Wilson Batista), "Volta Pra Casa Emília" (Antônio Almeida-José Batista), "Deus Me Perdoe" (Humberto Teixeira/Lauro Maia), "Pedra Que Rolou" (Levava Jurando) (Pedro Caetano), "Lulu de Madame" (Paulo Gesta/Augusto Rocha), "Se Acaso Você Chagasse" (Lupiscínio Rodrigues-Felisberto Martins), "Escurinho" (Geraldo Pereira), "A Lalá e a Lelé" (Manezinho Araújo-Jayme Brito), "Madalena" (A. Amorim-A. Macedo), "Amei Tanto" (Vinícius de Moraes/Baden Powell), "Eu Queria" (Roberto Martins/Mário Rossi), "Ai! Que Saudades da Amélia", (Ataulfo Alves/Mário Lago), "Emília" (Haroldo Lobo/Wilson Batista), "Dora" (Dorival Caymmi), "Marina" (Dorival Caymmi), "Maria Rosa" (Nassara), "Florisbela" (Nassara/Frazão), "Conceição" (Dinga-Jair Amorim), "Clélia" (C. P. Cearense-Luiz de Souza), "Aurora" (Roberto Roberti-Mário Lago), "Eva Querida" (Benedito Lacerda-Luís Vassal), "Isabel" (Atílio Marques Jr./Roberto Roberti), "Julieta! Julieta!" (Manezinho Araújo), "Odete" (Herivelto Martins-Dinga), "Isaura" (Herivelto Martins-Roberto Roberti), "Rosa Morena" (Caymmi), "Menina Fricote" (H. Batista-M. Batista), "Nos Braços de Isabel" (Sílvio Caldas-J. Judice), "Formosa" (Vinícius de Moraes-Baden Powell) e "Até Amanhã" (Noel Rosa). Como se vê, não apenas uma seleção da melhor MPB, mas um estudo sobre a mulher em nosso cancioneiro. Ora viva! LEGENDA FOTO - Cyro Monteiro
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
16
06/06/1974

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