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Aramis

As mulheres, o tempo & a história

O levantamento sobre a formação empresarial no Paraná na Primeira República (1889-1930), desenvolvido por alunas do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, vai revelar interessantíssimos dados sobre algumas das mais tradicionais firmas do Estado. Por paradoxal que pareça, a maior dificuldade das meninas que estão efetuando as pesquisas está na falta de arquivos das [próprias] empresas, pois muitas delas, periodicamente, destroem seus registros, de forma que agora, levantar certos detalhes do início do século é praticamente impossível. A estudante Lucrécia Caron está pesquisando a história do Matte Leão S/A, uma das mais antigas empresas do Estado, fundada pelo Barão do Serro Azul, Ildefonso Pereira Correia (1848-1894). Já a universitária Tania Maria Correa de Oliveira pesquisa a firma Rafael Grecca & Filhos, que embora existindo com esta razão social há pouco mais de 20 anos, tem suas origens no início do século, quando Francesco Greca (1840-1917) iniciou o trabalho de pavimentação das ruas da cidade, num empreendimento que seria consolidado pelo seu filho Raphael Francisco Greca (1877-1954). Já as estudantes Sonia Bertagnoli e Judith Gasone Muller estão pesquisando outras empresas de erva-mate, num trabalho que, de certa forma, complementará a tarefa de Lucrécia Caron, que, inclusive se entusiasmou por seu trabalho porque descende de um dos grandes ervateiros do Estado, o comendador José Ribeiro de Macedo (1840-1917). A pesquisa sobre as formações de quadros empresariais do Estado é um dos muitos projetos em desenvolvimento pelo Departamento de História da UFP, um dos mais ativos setores da sexagenária Universidade e que graças ao alto nível de seus professores - a maioria com cursos de pós-graduação no Exterior - tem contribuído para valorizar este setor. Ainda no sábado, a professora Oksana Boruszenko, com curso de Doutoramento em História Eslava na Universidade Maximilian, em Munich, onde obteve a mais alta nota concedida a uma estudante estrangeira, declarava: Estamos na segunda geração de historiadores, com formação científica, de pesquisa, profissionalizante. O que temos em termos de ciência histórica, são as obras da primeira geração", [a] qual pertence as professoras Cecília Westphalen e Altiva Balhana, da UFP, Alice Canabrava e Nicia Vilela Luz, da USP, entre outros nomes de destaque".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
05/11/1974

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