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Aramis

As mulheres & os livros

Duas mulheres ligadas ao Paraná acabam de ter seus livros lançados pela Francisco Alves, editora que em menos de 3 anos conseguiu montar respeitável catálogo de títulos editados. A jornalista Nina Chaves, que antes de ser conhecida como "a colunista dos sábados" no jornal "O Globo" morava em Londrina, onde escrevia uma coluna da "Folha" e era correspondente do Jornal "O Estado de São Paulo" e da revista "Visão", para assuntos políticos e econômicos, reuniu em livro, as crônicas que escreveu da França, nos quatro anos que ali passou ("Paris, Via Varig", 190 páginas, Cr$ 60,00). Reunidas em livro, as crônicas de Nina compõem, como diz a editora, uma literatura intimista, saborosa, muito chegada à auto-interpretação feminina. Escrevendo em seu estilo particular, Nina Chaves parece brincar de Guimarães Rosa, reinventando verbos e sintaxes ao sabor de uma imaginação esfuziante. Cada crônica é um tijolo sem parágrafos nem truques para afugentar o sono do leitor. Durante 4 anos, Nina manteve sua página semanal em "O Globo". Como nem sempre existia assunto para preencher todo o espaço, começou a escrever crônicas muito pessoas, totalmente diversas do estilo de sua coluna, sob o título de "Pois É". Para sua surpresa, conseguiu um novo tipo de leitor, aquele que gosta de ler alguma coisa mas do que a vida alheira. Maria Helena Kuhner esteve várias vezes em Curitiba como técnica do Serviço Nacional de Teatro e autora de peças infantis. Agora, mostra uma outra dimensão de seu talento, com um dos mais sérios livros da temporada: "O Desafio Atual da Mulher" (182 páginas, Cr$ 70,00). Depois de alguns livros sobre teatro ("Teatro em Tempo de Síntese, 71; "Teatro Popular: uma Experiência", 75; a peça infantil "A Menina que buscava o sol"), Maria Helena, formada em Letras e Psicologia, decidiu fazer um livro sobre a mulher brasileira. E fundamentada em sólida pesquisa, incluindo entrevistas com mulheres de diferentes categorias sociais, pode compor um estudo honesto. Após uma introdução em que fundamenta o enfoque adotado na obra, Maria Helena parte do cotidiano onde se forma a consciência capaz de reflexão para a ação transformadora, analisando as estruturas em que se move a mulher; a mulher e o trabalho, a relação homem-mulher; a relação mulher-filhos, a relação da mulher consigo mesma. A cada passo, interrogando a experiência e os fatos do dia-a-dia, busca sentir novos valores e tendências, as novas atitudes e comportamentos que se esboçam como caminhos de uma transformação desejada, necessária e possível, nas relações assim geradas e nas próprias instituições a ela ligadas - o casamento, a família, a escola e a educação.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
01/11/1977

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