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Aramis

Mundo Plástico

A concorrência no setor de artes plásticas em Curitiba tem crescido tanto que se torna necessário ter boas idéias para conseguir destacar algumas nova experiência. Por isso a Sra. Adeline Caron, que há alguns meses inaugurou. O Artesão - Oficial de Arte, na Praça Santos Andrade, decidiu espaçar as individuais que promove, garantindo aos artistas escolhidos maior rendimento promocional. Após a exposição de Ida Hanneman de Campos, patrocinará agora uma individual da Sra. Clotilde de Quadros Cravo, com inauguração prevista para o próximo dia 15, quinta-feira à noite, para grupo de jornalistas e estudiosos de arte. Adeline mostra os trabalhos de Clotilde, audidata, que evoluiu seus óleos de um figurativismo acadêmico para novas propostas que já mereceram inclusive elogios entusiásticos de crítica Adeline Araújo, professora da Universidade Federal do Paraná e redatora de página especializada da "Gazeta do Povo". *** Adeline Carom está empenhada num movimento muito simpático: conseguir recursos para a construção de uma ala destinadas aos artistas idosos, sem recursos, que será edificada em área cedida pela Prefeitura. Já conseguiu, por exemplo, que a renda obtida com a venda dos quadros doados pelos artistas da cidade na Barraca do Paraná, na Feira dos Estados, em Brasília, reverta em favor desta iniciativa. O pavilhão terá o nome de Miguel Bakum (1909-1963), discípulo de Pancetti, homem que enfrentou dificuldades durante toda sua vida, foi injustamente pretrios em salões oficiais e só após a sua morte, seus (excelentes) quadros passaram a ser valorizados - atingindo hoje a faixa dos Cr$ 50 mil. Uma homenagem póstuma e ao mesmo tempo triste, a uma vítima da "cultura oficial" paranaense. *** Jorge Carlos Sade, da Acaiaca, também está espaçando suas individuais, selecionando criteriosamente os artistas que expõe, eliminando falsos valores. Por exemplo, a próxima individual será uma das mais admiráveis desenhistas já aparecidas no Paraná, Isabel Bakker, que, no ano passado mereceu premiações internacionais. _____________________ Uma das maiores alegrias na vida do acordeonista Zé Pequeno (José Coelho Filho, 56 anos) foi quando ouviu, num domingo, ao meio-dia, a cantora Ademilde Fonseca apresentar num programa da Rádio Nacional - então no auge de audiência - um dos chorinhos de sua autoria, que ele havia mostrado à cantora, durante uma de suas visitas a Curitiba. Durante quase 20 - de seus 33 anos de vida artística, Zé Pequeno trabalhou nos Regionais das rádios PRB-2 e, principalmente, Guairacá (hoje Iguaçu, uma grande saudade). Acordeonista de grandes méritos e principalmente. Criador de centenas de paródias esportivas, Zé Pequeno é um personalidade que merece um show em sua homenagem, pois está entre os mais autênticos valores da música paranaense. Para ganhar a vida, durante anos foi músico na zona boêmia dos inflamáveis, e só agora trocou a barra pesada daquele setor, para - também substituindo o acordeão por um elétrico órgão - trabalhar no Barril, casa de chopes na Rua Mariano Torres, 731. Como não poderia ficar longe do rádio, Zé Pequeno apresenta, de segunda a sexta-feira, pela Curitibana, um "Forro" radiofônico, com crescente audiência junto ao público classe "c" e "d". FOTO LEGENDA- Zé Pequeno Com o simples asfaltamento de 300 metros, no cruzamento com a via férrea na direção de Rio Branco do Sul, a Rua Marechal Deodoro passou a dar passagem em seu último trecho, no Alto da Rua XV de Novembro, integrando-se posteriormente a uma quadra do prolongamento da Visconde de Guarapuava. Com isso a Rua XV de Novembro, a partir da Caixa D`Água, passou a ter direção única para o centro da cidade. Tudo muito bom para a racionalização do trânsito, se o Detran, ao invés de passar a multar indiscriminadamente os motoristas que, ainda desavisadamente por ali trafegam, se preocupasse, ao menos durante alguns dias em fazer um serviço de orientação. Pois se há fiscais sobrando para multar os motoristas naquela área, na Rua Amintas de Barros, defronte o Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, durante vários meses em que as obras transformaram o local (agora interrompido de vez) num inferno de tráfego, não havia um único fiscal para disciplinar o movimento de veículos. Muita gente está pensando que é o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica do Paraná que vem explorando uma incrementada "Discotheque", inaugurada há algumas semanas na Rua Nunes Machado - nova atração da "cocotas" e jovens de boné da cidade. Mas na verdade a barulhenta boitezinha pertence ao Diretório Acadêmico Euclides da Cunha, da Faculdade de Ciências Econômicas e Administração de Empresas, unidade que embora oficialmente ligada a UCP, é administrada pelos padres franciscanos (enquanto que as demais escolas da UCP são hoje dos irmãos maristas). O novo presidente do DCE, Orestes Munhoz, eleito (em chapa única) a 27 de maio último, ainda não anunciou seus planos de trabalho, mas, ao que consta, entre seus objetivos não está a exploração de nenhuma "discotheque". Ismail Machado, presidente há 12 anos do Sindicato dos Exibidores dos Estados do Paraná e Santa Catarina, ficou surpreso: seu nome foi incluído como diretor-financeiro nas duas chapas que disputarão, hoje, no rio de Janeiro, a diretoria da Federação Nacional dos Cinemas, fundada há poucos meses. Ismael está ligado ao grupo encabeçado por Victor Mário da Silva, de Minas Gerais, que tem como vice-presidente o paulista José Borba Vita (irmão de Ewaldo Vita, presidente do BRDE), mas seu nome, com sinal verde, entrou também na outra chapa. Aos 52 anos de idade, ligado a cinematográfica desde 1952, quando ingressou na Orcopa, idealizando a construção de vários dos cinemas de Curitiba (Vitória, São João, Arlequim), hoje Ismail dedica-se principalmente à política de exibição - em constante viagens por todo o País. FOTO LEGENDA- Ismail
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
08/06/1977

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