MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de fevereiro de 1973
Uma nova classificação pode ser estabelecida no cinema americano nos últimos anos: o cinema masculino e o cinema feminino. Explico: há filmes propositadamente destinados a sensibilidade do homem, ao passo que outros "atingem" as mulheres. Não em termos de pieguismo-romantismo, estilo "Love Story", mas racionalmente, com inteligência. O exemplo do filme que emociona atinge o público masculino, sensível: "Houve uma vez um Verão" (Summer of 42, 1971, de Robert Mulligan). O exemplo do filme para o público feminino (inteligentemente, não romântico água - com - açúcar): "Esposas Abandonadas" (cine Scala hoje último dia em cartaz). A partir do belo título original - "Onde is a lonely Number", este filme do novato Mel Stuart é uma obra repleta de ternura e amor: do prólogo, antecedendo aos créditos, em que o marido deixa o lar e a esposa atônita (Triz An Devore - foto, numa atuação digna de Oscar) a última seqüência, com a imagem congelada da mulher refeita em suas emoções simbolicamente saltando de um trampolin este é um dos filmes mais sensíveis e inteligentes, comparado apenas a "Tempo para Amar... Tempo para Esquecer" (The Happy Ending, 1969, de Richard Brooks) ou "Caminhos Mal Traçados" (The Happy Ending" este "One Is a Lonely Number" tem trilha sonora do melhor musico contemporâneo - Michel Legrand e em seu elenco, em papel coadjuvante, o extraordinário Melvyn Douglas, que como o quitandeiro Porvo, cria um personagem inesquecível. Janet Leight, loira e caricata, também aparece muito bem.
Enviar novo comentário