MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de março de 1973
É difícil encontrar no Brasil uma mulher da classe média, alfabetizada, que já não tenha lido ao menos um livro de J. G. de Araújo Jorge, que desde 1934, quando publicou "Meu céu Interior", vem inundando as livrarias com obras de valor poético discutível mas de aceitação certa junto as mocinhas românticas deste nosso País. José Guilherme de Araújo Jorge, deputado Federal, poeta mais lido do que Carlos Drumond de Andrade, Manuel Bandeira e Vinícius de Moraes, (foto), ficou apenas no sucesso de livraria ou político (foi um dos deputados mais votados na última eleição). Com sua voz açucarada, selecionou 19 de seus poemas mais conhecidos e gravou um lp ("Amo", Rosicler Chantecler, R-7140), que deverá emocionar suas leitoras. Que fazer? Neste disco, o incrível J. G. gravou poesias como "Balada da Chuva", "Cena à hora do poente", "Noiva", "Carta Inútil", "Carta Cinzenta" etc. Pela Chantecler, dois outros lançamentos também destinados ao público específico: "La Revoltosa" (hispavox) um "sainete lírico en un acto, dividido em três quadros", com texto original de José Lopes Silva, Carlos Fernandez, Shaw, música de Ruperto Chapi e com a participação da Orquestra de Conciertos de Madrid, sob a regência do maestro Pablo Sorozabal e mais um coral e uma dezena de solistas. Também para os espanhóis radicados no Brasil, um novo álbum do cantor Raphael, uma espécie de Joselito envelhecido.
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