Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de março de 1973
Antes de se tornar devoto do misticismo e das ciências ocultas que o levaram no fim de sua curta existência a um estado mental de quase insanidade, Alexander Scrabir (1872-1915) foi um compositor de esquisitas miniaturas pianísticas, do mais puro romantismo, compradas as melhores obras do gênero de Chopin. Tal como Mahier (ilustração) era um espírito em eterna busca, que sempre se viu às voltas com questões esotéricas tentando resolver, através de sua própria filosofia da vida os insondáveis problemas cosmogônicos. O crítico Sérgio Nepomuceno Alvin Corrêa, lembra que Scrabin não é propriamente um panteísta, nem um teosofista no sentido pragmático do termo, contudo sua crença "religiosa filosófica-música" que ele denominou de "Mistério" contém algo relacionado com cada uma dessas escolas. Tentou, assim, reproduzir através do pentagrama a imagem do seu próprio mundo íntimo e a qualidade em que se debatia seu espírito, qual seja, a eterna luta a vida e a morte o bem e o mal, daí os títulos e exóticos de suas obras: "Poemas de Fofo", "Poema Divino" e "Poema do Êxtase". Esta última de suas obras aparece agora numa edição da Imagem (7027), com o maestro Leopold Stokowsky conduzindo a The Houston Symphony Orchestra. Datada de 1907, "Poem of Ecstasy" estreou em Nova Iorque, a 10 de dezembro de 1908. Completando o álbum, temos a peça "Azerbaijian Mugan", do compositor russo Fikret Amiro (1922), praticamente desconhecido no Brasil, mas que tem duas obras famosas: "Shur" (1950) e "KurdiOvhary" (1953). Um disco importante para quem se interessa pela boa música erudita menos conhecida.
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