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Música

O "Red Seal (Selo Vermelho) sempre identificou na RCA-Victor os lançamentos classe "a" no setor erudito. Infelizmente, há muitos anos, a grande fábrica norte-americana, no Brasil, devido a diversos problemas de administração havia suspendido as edições de músicas clássicas. Agora, com a reabertura do mercado da chamada música erudita - com a Phonogram, através do sólido trabalho de Maurício Quadrio provando a existência de um público em potência capaz de garantir a absorção de coleções caras como os projetos "Beethoven" e "Mozart" a Victor, em fase de ressurgimento, também começa a se preocupar com esta faixa de consumidores. E, pela "Red Seal", temos "Os Grandes Sucessos de Enrico Caruso" (RCA, 105.4048, fevereiro-74), sem duvida um lançamento auspicioso sobre todos os aspectos. Em primeiro lugar por marcar o reaparecimento da Victor no campo da música erudita. Em segundo, por colocar ao alcance do público - em especial de uma nova geração - algumas das arias mais marcantes da carreira do tenor italiano Caruso (1873-1921), considerado como o maior intérprete de ópera sinônimos mesmo do bel-canto, mas para, as últimas duas gerações, apenas ponto de referência e que chega a ser confundido com outro italiano, o setor-tenor Mário Lanza (1921-1959), que o interpretou em "O Grande Caruso" (The Greath Caruse, 1951), do Limitado Richard Thorpe. Eurico Caruso começou seus estudos de canto aos dezoitos anos e foi, por muito tempo, cantor de côro da igreja de sua cidade, Nápoles (onde nasceu e morreu). Estreou como tenor em 1894, no teatro Nuovo de Nápoles, na opera "L`amico Francesco", do maestro M. Morelli, Foi autor e interprete de várias canções populares napolitanas, e escreveu também um pequeno método de canto. Uma afecção de garganta cortou-lhe a carreira em 1920um ano antes de sua morte. Escrevendo sobre Caruso, seu biógrafo, Francis Robison disse: "Se Caruso foi o maior cantor que já apareceu, ninguém pode argumentar. Que ele foi o maior de seu tempo, e o mais famoso, o mais amado de todos os tempos, não há sombra de dúvida. O gramofone, ao qual ele deu responsabilidade, atesta a primeira declaração e tornou possível as outras duas . As análises coletadas por James Gibbons Huneker atingem 15 volumes. A última parte do último volume tem por título simplesmente "Enrico Caruso". Foi a obituário do imortal tenor e preparado quando Caruso encontrava-se entre a Vida e a morte, nas primeiras semanas de 1921. Até aí, correspondeu a seus propósitos, pois no mês de agosto seguinte o próprio Huneker morreu", Gravados nas primeiras duas décadas do século, as gravações reproduzidas neste lp da RCA-Victor, produzido por John Pfeifer tem um sentido histórico, além do artístico: de Leoncavallo ("Pagliacci", 17-3-1907); Bizer ("Carmen", 7-11-1909), Puccini ("La Boheme", 11-2-1909); Martha Flotw (7-1-1912); Kahn ("Ave Maria", 20-3-1913), Verdi("La Traviata", 20-2-1914), Goumod ("Fausto", 11-2-1906); Donizetti ("Elizir d`Amor", 26-11-1911); Hendel (Hendel ("Xerxes 29-1-1920); entre outras áreas, fazem com que "Os Grandes Sucessos de Enrico Caruso" atinjam não apenas o restrito público que aprecia a Opera no Brasil, mas a todos que se interessam pelo desenvolvimento da fonografia. Um excelente lançamento. De primeira qualidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
1
20/03/1974

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