Música I : Marlos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1980
Marlos Nobre, 41 anos, fez não só um dos mais criativos concertos já patrocinados pela Pró-Música, como também mostrou que um recital pode ser didático. Antecedendo a cada uma das peças do programa o ex-diretor do Instituto Nacional de Música fez colocações sobre a forma com que as criou e executa tornando assim mais compreensível o seu trabalho. E, no final, após as "variações sobre um tema de Bartok" (onde mostra toda sua energia e criatividade). Marlos ficou ainda mais 30 minutos no palco do Teatro Guaíra, trocando idéias com estudantes e professores de piano, ali presentes inclusive a recitalista Henriqueta Duarte.
Marlos veio diretamente de Recife, onde ainda no domingo regeu um concerto e onde, hoje continua um trabalho que ali vem desenvolvendo. Com uma agenda repleta de compromissos internacionais. Marlos acaba de assinar contrato com a EMI, para fazer um elepe por ano, até 1986 - o que permitirá gravar toda sua obra. No recital de segunda-feira na primeira vez em que se apresentou, como pianista em Curitiba. Marlos apresentou peças de várias fases de sua vida, desde a "Homenagem a Ernesto Nazareth" (1959) até a recente "Quatro Momentos", passando pelos Ciclos Nordestinos (61/66/77) e uma "Homenagem a Rubinstein". As composições de Marlos vêm sendo executadas em todo o mundo, sendo hoje, depois de Heitor Villa-Lobos, o brasileiro mais respeitado junto aos mais rigorosos circulos musicais.
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