Na Praça Osório, Caixa fará de graça um teatro para Curitiba
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de março de 1991
O futuro Teatro Municipal ocupará uma área que, há exatamente 40 anos, foi a primeira sede da editora "O Estado do Paraná". Quando o empresário Aristides Mehry, capitaneando um grupo de paranaenses, fundou este jornal, a primeira sede foi um velho prédio na Praça Osório, com entrada pela Avenida Vicente Machado. Ali, durante algum tempo - até a transferência para a primeira sede própria, na Rua Barão do Rio Branco, 550 - a redação e oficinas, com uma equipe jovem e renovadora, fez surgir o jornal que, a 17 de julho próximo, completará seu 40º aniversário.
Pois ao menos numa parte deste terreno, se as negociações entre a Prefeitura e a alta direção da Caixa Econômica Federal caminharem bem, se erguerá, dentro de alguns anos, um moderno teatro de 904 lugares.
O projeto original, elaborado por Rafael Dely, 50 anos - com ajuda de seus colegas Fernando Popp e Aurélio Santana, do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba, já está pronto. Para que as primeiras negociações andassem, é justo que se fale de quem muito se empenhou - o arquiteto Manoel Coelho, na época secretário de Desenvolvimento Urbano (função que deixou há alguns meses, para reassumir a direção do Curso de Arquitetura da UFPR). Juntamente com o engenheiro Hélio Rodrigues, da Caixa Econômica, Coelho - com sua habilidade e competência, iniciou os entendimentos que agora estão sendo tratados pelo Ippuc.
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Um dos últimos grandes terrenos livres na parte mais valorizada do centro da cidade - os 4 mil metros quadrados entre a Praça Osório, Ruas Visconde de Nacar / Comendador Araújo / Vicente Machado, e na qual pouco mais de 50 funcionários espalham-se por três importantes setores (Programa de Integração Social, Seguro Desemprego e Carteira de Crédito Educativo) - poderá dar lugar a um prédio de mais de 25 mil metros quadrados. Embora o coeficiente de construção seja de apenas seis vezes a área existente, a Prefeitura vai liberar a edificação de uma torre de 25 andares - em troca da construção e doação de um moderníssimo teatro - já denominado de "Municipal". Evidentemente que a operação, embora envolvendo o município e a Caixa, poderá ser feita através da iniciativa privada - interessada no privilegiado ponto para construir um grande prédio - especialmente destinado a escritórios. A poucos metros, existirá a tão propalada Rua 24 Horas - em fase de execução mas que, pelo ritmo das obras, dificilmente será inaugurada dentro do festival de comemorações dos 298 anos de Curitiba, neste final de mês.
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Possuindo já vários espaços - Teatro Paiol, Auditório Antônio Carlos Kraide, no distante Centro Cultural do Portão, o minúsculo Teatro da Galeria Júlio Moreira (asfixiante e com pouquíssimos recursos técnicos), a Fundação Cultural sonha em administrar mais um teatro - um espaço com 900 lugares - que preencheria uma faixa de demanda de espetáculos que não conseguem vagas no Teatro Guaíra. O Teatro José Maria dos Santos - ex-da Classe (que alguns inimigos gratuitos do grande ator insistem em recusar a dar o seu nome oficial) é ainda um sonho distante: embora se tenha anunciado a liberação de recursos de Cr$ 50 milhões para suas obras, o que continua a existir na Rua 13 de Maio é apenas um imenso buraco - alagado quando chove - cercado de paredes que ameaçam cair.
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