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Aramis

Nada de novo nas telas de Curitiba

Bom para quem ainda não está com a programação cinematográfica em dia. Absolutamente, nenhuma estréia nesta semana o que mostra a boa renda que os filmes em cartaz estão obtendo. Assim temos reprises e filmes que permanecem em cartaz - muitos deles há vários meses, como o fascinante "Entre Dois Amores" (Out of Africa), de Sidney Pollack - provando que se muita gente contestou a escolha da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood ao lhe atribuir sete Oscars, o público está gostando. Ou ao menos interessado em conhecer este filme baseado na autobiografia de Isak Denninsen, que agora também pode ser lido em português, já que a Civilização Brasileira providenciou a sua reedição com o título de "A Fazenda na África". "A História Oficial" de Luiz Puenzo - em nosso entendimento o melhor filme do ano (dos lançados até agora) está com bom público no cine Itália - o que talvez adie para uma semana sua trasferência ao Luz, que volta a exibir "Mefistofeles", de Istzvan Szabo - Oscar de melhor filme estrangeiro, obra de revisão obrigatória. Hoje é o último dia para conhecer "Céu Aberto", documentário de João Batista Andrade sobre a doença de Tancredo Neves e seu enterro - entremeado de depoimentos de várias personalidades. Lançado dentro da programação da Retrospectiva do Documentário Brasileiro (que teve vários "furos", devidos a problemas de envio de filmes obtidos em diferentes fontes), este longa-metragem apesar de ver imagens sobre os mesmos (recentes) fatos na televisão. Assim, a partir de amanhã, o Ritz volta a exibir a obra-prima "A Rosa Púrpura do Cairo", de Woody Allen que estava em cartaz na semana passada. No Groff, onde também aconteceram as sessões de curtas e médias metragens, retorna "E La Nave Va", de Frederico Fellini. Um filme fascinante sobre o qual não é necessário falar muito. Quem já viu quer rever; quem ainda não conhece eis aí a boa oportunidade. "O Sol da Meia Noite", de Taylor Hackford, com todo seu marketing, para agrado do publicão - balet, guerra fria, a canção ("Say You, Say Me", Lionel Ritchie) premiada com o Oscar, voltou ao Cinema I - e com isto cortou a carreira de "A Prometida", uma visão meio pop (com Sting e Jennifer Beates) de "A Noiva de Frankenstein", que só teve 4 magros dias de projeção. Como a renda foi pequena, dificilmente retornará ao cartaz. Rendas fantásticas são as que vem tendo "Eu Sei Que Vou Te Amar", de Arnaldo Jabor - com a premiada Fernanda Torres (Cine Astor, onde permanecerá pelo menos mais 3 semanas) e "O Último Americano Virgem", (Cine Palace Itália) comediota produzida pela Cannon, no esquema de "Pork's", mas que entusiasma o público que busca filmes na base do sexo e piadas grosseiras. Também para o público que gosta de cinema comercial, continua em cartaz "Mulher Nota Mil" (Condor); "Guerreiros de Fogo" (Plaza) e "A Fúria do Protetor" (Vitória). Um pouco mais requintado - e atingindo especialmente os jovens "O Enigma da Pirâmide", de Barry Levinson - livre criação sobre a primeira aventura de Sherlock Holmes - continua no Lido I. Como se vê, nada de novo a quem busca estréias. E que depois desta temporada calma não aconteçam os lançamentos importantes simultaneamente. LEGENDA FOTO 1 - Fernandinha e Thales Pan Chacon em "Eu Sei Que Vou Te Amar". LEGENDA FOTO 2 - Kelly Le Brock, a "Mulher Nota Mil", da era do computador. No Cine Condor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Seção de Cinema
7
01/06/1986

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