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Nas "Horas Vagas" deputado Oswaldo ganha elogio

TEXTO de punch suficiente para permitir ao autor o ingresso na Academia Brasileira de Letras. Com este elogio do critico Wagner Carelli, da revista "Isto É"(número 204, Cr$ 100,00 nas bancas) o deputado federal Oswaldo Macedo pode ficar tranqüilo. Embora o elogio de Carelli tenha sido empregado em relação ao texto do senador José Sarney, o mais novo Imortal apenas repetido para Macedo, coloca o ex-reporter de O ESTADO em posição privilegiada. Afinal, só ele e Sarney tiveram elogios no irônico tratamento que "Isto É" deu à reportagem sobre o próximo lançamento de "Horas Vagas", reunindo contos de deputados e senadores, numa seleção dos jornalistas políticos MANOEL Vilela de Magalhães e João Emílio Falcão. A obra será o 21o titulo da "Coleção Machado de Assis", que o Comitê de Imprensa do Senado vem editando desde 1977 e, na opinião de Moacyr Japiassu, "promete transformar-se num best seller capaz de redimi-la de anteriores fracassos e dolorosos encalhes". Xxx A reportagem de Moacir Japiassu e deliciosamente irônica, dando um tratamento que deve ter irritado muito dos 17 parlamentares selecionados para a antologia. Oswaldo Macedo, paranaense de Sertanopolis, 39 anos, advogado, deputado pelo PMDB e que até 1964 trabalhou como repórter de O ESTADO, foi o único do Estado a entrar na antologia com o conto "A Morte do Alcagüete que vestiu Farda de Sargento". Os anos de jornalismo quando estudava direito na Universidade Federal do Paraná e ali comandava o Partido Acadêmico Progressista e fazia política junto ao Centro Hugo Simas e a então atuante União Paranaense dos Estudantes dera a Oswaldo uma experiência boa com as palavras. A convivência com uma geração de universitários de preocupações intelectuais e que tinha no lendário "Mato Grosso" (José Octavio Guizzo, hoje aos 42 anos dono de uma confortável banca de advocacia em Campo Grande),uma espécie de "guru", lhe solidificaram o amor pela literatura. Assim, apesar de ter pouco tempo livre, Oswaldo tem feito seus contos e ensaiando um romance sobre a colonização do Norte do estado. Um dos deputados do Paraná mais citados pela imprensa nacional e com bom transito em várias áreas, Oswaldo alimenta um sonho que pode se tornar realidade: a prefeitura de Londrina. Xxx "Horas Vagas" reunirá contos dos seguintes parlamentares (deputados ou senadores): Joacil Pereira, Israel Dias Novaes, Aderbal Jurema, J.G. de Araújo Jorge, Raimundo Diniz, Tarcísio Delegado, Edson Vidigal, Divaldo Suruagy (ex-governador de Alagoas e vários romances publicados), Jarbas Passarinho, José Sarney, Ernani Satyro, Murilo Badaró, Luiz Cavalcante, Hugo Napoleão, Audalio Dantas, Macedo e o ex-senador Valdon Varjão. A ironia do critico Wagner Carelli é grande. Por exemplo, abaixo de um fragmento de "O Planejador", conto do senador Jarbas Passarinho, ex-ministro da Educação e Cultura, disse o critico de "Isto É"; "Um escritor destro, no sentido lato da palavra. Habilíssimo no esgrimir dos diálogos. Explora a veia humorística com fina ironia e insuspeitado talento. Um regionalista universal. Pena que não tenha escrito em francês". Igualmente, Japiassu na reportagem que antecede as apreciações criticas, não poderia ser mais ferino, acentuado que entre os autores parlamentares selecionados há (como nos jovens como Suruagy) "o inconfessável desejo de seguir os passos dos mestres Sarney até a imortalidade": o piauiense Hugo Napoleão, o único nos Estados Unidos (Portland, Oregon), é um sério concorrente desde que se transformou em Cavaleiro da Ordem da Francofonia e do Diálogo das Culturas (Paris, 1977), montado em duas obras que não obtiveram o necessário reconhecimento no Brasil: "Fatos da Historia do Piauí" e "Incentivos Fiscais ao Turismo"..
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
9
20/11/1980

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