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Aramis

Nas imagens de Orlando, a memória da fábrica Wenske

Há menos de um ano - exatamente no domingo, 13 de março de 1988, dedicávamos nossa coluna para antecipar detalhes do livro "Fitas Bandeiras Wenske", com fotografias de Orlando Azevedo. Uma das fotos que Orlando nos cedeu, por sua beleza, mereceu inclusive ser capa do "Almanaque". Agora, finalmente, o livro está pronto. Seu lançamento aconteceu dia 6, quinta-feira, no Museu de Arte de São Paulo - paralelamente a uma mostra das próprias fotos que compõe este volume de arte, investimento de mais de Cz$ 10 milhões das secretarias da Cultura e da Indústria e Comércio do Paraná. Volume de capa dura, 22 x 20 centímetros, 85 páginas, papel de primeiríssima qualidade, tem uma apresentação editorial impecável - méritos a Tereza Cristina Montecelli, a designer que vem realizando um belíssimo trabalho no Centro de Desenho Gráfico. Carlão (Carlos Augusto Gaertner), 38 anos, amigo há mais de 20 de Orlando (desde os tempos em que juntos faziam um rock evolutivo no grupo "A Chave"), aparece como produtor executivo. Realmente, Carlão - double de jornalista e músico, ligadíssimo a eventos jovens - foi quem ajudou a batalhar para levantar os recursos que possibilitaram a cara edição. Como é um volume destinado a circulação internacional, Patrícia Tate fez versão para o inglês do texto histórico de Ricardo Corrêa que explica o que foi a fábrica Wenske, no Alto da Rua XV de Novembro. Casemiro Xavier de Mendonça, da "Veja", crítico de artes plásticas, faz a apresentação, elogiando as fotos de Azevedo porque "cumprem múltiplas funções". - "Ele - diz Casemiro - traçou o seu próprio fio condutor, com agilidade e muito ritmo. Nas primeiras fotos, detalhes que provocam associações nostálgicas, móveis, retratos, pequenos objetos, a seguir, parte para um vôo mais livre - descobre magníficas imagens - e conclui seu roteiro de maneira irônica, pois as bandeiras sem função sobre a mesa ou nas gavetas poderiam ser uma metáfora do próprio país". Por coincidência, o livro de Orlando começará a ter circulação internacional (e no Brasil, é claro) quando o espaço em que existia a fábrica Wenske começa a ter também uma destinação cultural. O empresário Edmundo Lemanski, que assumiu o imóvel, decidiu transformá-lo num grande shopping cultural, oferecendo áreas para instituições como o Instituto Goethe, a Aliança Francesa e outras entidades com cacife para ali se instalarem. O Instituto Cultural Brasileiro-Germânico, que terá que entregar a sua atual sede - propriedade da família Carneiro e que os filhos do professor Newton Carneiro vão destinar a uma fundação em nome de seu pai (com parte do maravilhoso acervo por ele deixado, em termos de móveis, objetos de arte, etc.) foi a primeira a aceitar a proposta de Lemanski. A professora Heidrun Bruckner, diretora do Goethe no Paraná, vem há meses quebrando lanças com os burocratas do Instituto, em Munique, para conseguir recursos que possibilitem a transferência da entidade, o mais rapidamente possível, para o novo espaço. LEGENDA FOTO - O ambiente da fábrica desativada, foto original a cores de Orlando.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
08/10/1988

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