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Aramis

Nas trilhas do cinema (II)

Cantor e compositor norte americano que teve suas primeiras composições gravadas pelos Monkees (grupo instrumental e vocal aparecido em agosto de 1966 e que até o inverno de 1968 fez muito sucesso, tanto na Inglaterra como nos EUA) - "A little bitme", a little bit you" (março de 1967) e "I'm a believer"(novembro de 1966, permanecendo sete semanas no primeiro lugar das paradas), Neil Diamond começou também em abril de 1966 sua carreira de vocalista que o colocaria no primeiro plano da música norte-americana. Assim, criando sucesso após sucesso - "Cherry, Cherry" (junho 66), "entucky woman"(outubro 67), "Swett Caroline" (1970) e "Song song blue" (junho 1972) chegou a fazer em poucos anos quase uma dezena de bons lps - no Brasil editados [inicialmente] pela Chantecler. Há 2 anos (24 de agosto de 1972), em Los Angeles, fez um recital que resultou num álbum duplo (Philips 6641066-2), até hoje inédito no Brasil. Mas foi no ano passado que Neil Diamond teve a sua maior oportunidade artística: ao filmar o romance de Richard Bach - "Jonathan Livigston Seagul", a sensível história de uma gaivota best-seller há mais de um ano em todo o mundo (no Brasil, edição Nórdica) o diretor Hall Bartlett convidou [Diamond] a escrever a trilhar sonora para este filme. Numa linha de narrativa quase espiritualista - muitos já compararam "Jonathan Livigston Seagull" ao "Pequeno Príncipe" (também levado ao cinema no ano passado), a trilha sonora para este filme - inédito ainda no Brasil. Tinha que apresentar algo de muito especial. E Diamond trabalhando vários meses criou 8 temas de extrema beleza, intercalados de recitativos que se interligaram perfeitamente [à] narrativa, fazendo com que o filme - de uma extraordinária beleza plástica se firmasse como uma digna versão da obra de Richard Bach. A CBS lançou nos EUA, no segundo semestre do ano passado a trilha sonora do file: um belíssimo álbum de capa dupla acompanhado de um folheto de 6 páginas coloridas com todas as letras dos temas de Diamond - "Be:, "Lonely Looking Sky", "Antherm", "stybird", "Dear Father", [sob] fotos coloridas. No Brasil, a CBS colocou esta trilha sonora em abril último, numa edição bem menos sofisticada: capa dura e nenhuma nota explicativa, desperdiçando um quarto da contracapa em branco - onde ao menos [poderiam] ser [incluídas] algumas cenas do belíssimo filme de Hall Bartlet. Mas, de qualquer maneira, é uma oportunidade de nosso público tomar contato antecipado com as [músicas] que Diamond criou para este filme - trabalho dos mais caprichados, gravados em [estúdio] com a participação de mais de 100 músicos, sob a regência de Lee Holdridge. A trilha abre com um Prólogo, narrado por Neil, vindo a seguir o primeiro tema - "Be" (Ser), 0 que [e a apresentação de Jonathan, o seu vôo, sua queda. Temos depois o "Flight Of The Gull", "Dear Father", "Skybird" e "Lonely Loking Sky". No lado B, "The Odissey", [reúne] os [três] temas anteriores - Be Lonely Looking Sky e Dear Father, para o Anthem (Hino) antecipar novamente os temas Be, Skybird, Dear Father e Be. Tudo isto interligado, numa sinfonia de rara beleza - conferindo a Diamond a maturidade musical e fazendo desta uma das trilhas sonoras mais bonitas do ano. Uma banda sonora também indispensável em tão boa hora colocada no Brasil e que apesar de ser a delicada apresentação original, merece o prestigiamento.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
18
16/07/1974

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