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Aramis

Nelson sempre fiel e as canções para nossos pais

Aos 71 anos, completados no dia 21 de junho, Nelson Gonçalves (Antônio Gonçalves Sobral), gaúcho de Santana do Livramento, mantém uma vitalidade invejável: dezenas de shows por mês e pelo menos dois novos LPs a cada ano. Contratado há 49 anos da RCA (hoje "Barclay"), o "metralha" conserva o mesmo estilo que o consagrou nos anos 50: capaz de gravar um disco numa única sessão, quando normalmente a produção se estende por semanas - às vezes até meses. Orgulhando-se de ser um dos três cantores com maior número de discos em catálogo (garante que está em primeiro lugar, acima inclusive de Sinatra), riquíssimo, cada disco que faz custa o mínimo e rende o máximo - acrescentando-se aos outros que continuam em catálogo. Durante anos, Nelson não se preocupou com repertório: gravava tudo que seu fiel amigo e produtor Adelino Moreira lhe colocava nas mãos. Nos últimos anos, entretanto, passou a melhorar o repertório e dividia seus discos com bonitas vozes femininas, ampliando seu público fidelíssimo. Independente de críticas e mesmo de divulgação, pois seu mercado é imenso. "Nelson Gonçalves/50 anos de boemia" (BMG), gravado ao vivo, durante os três dias de temporada no Olympia em São Paulo, não precisa novidades: são 28 canções mais do que conhecidas - como "Meu Vício é Você", "Fica Comigo Esta Noite", "Negue", "A Volta do Boêmio", que, entretanto, fazem o público vibrar. Desta vez, acompanhado por uma orquestra de bons músicos e arranjos de Daniel Salinas. xxx Existem os discos de oportunidade: datas, efemérides marcantes, eventos justificam a montagem de um elepê, com fonogramas de diferentes produções para dar uma temática geralmente efetiva. Foi com esta idéia que o sempre competente Francisco Rodrigues, da EMI-Odeon, produziu para o Dia dos Pais o interessante "Meu Velho". Pela qualidade da seleção, mais do que um disco para aquela ocasião, vale como um sensível presença. Entre as faixas, estão desde o falecido Altemar Dutra ("A Pretendida", "Meu Velho") até Sílvio César ("O Moço Velho") e Maurício Duboc ("Pai"), passando por Lúcio Alves ("Por Causa de Você"), Paulinho da Viola ("Nervos de Aço"), Agostinho dos Santos ("Gente Humilde") e Dalva de Oliveira ("Ave Maria no Morro").
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
30/09/1990

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