Login do usuário

Aramis

No alto do Capanema, uma rua para o Eddy

Seis meses após a trágica morte do jornalista e dramaturgo Eddy Antônio Franciosi (1930-1990), surge uma oportunidade ideal para a cidade que ele tanto amou - e viveu por mais de 35 anos - lhe prestar uma merecida homenagem. Uma rua que a Secretaria de Obras começa a abrir agora, no bairro do Capanema, em bela área ecologicamente preservada, se presta especialmente para receber o nome de Eddy. Fica a sugestão à Câmara Municipal. A continuação da Rua Ostoja Roguski, entre as avenidas Centenário e das Torres, afigura-se como o local ideal para que a memória do autor de "Seu Nome era Joana" (entre várias outras peças) seja lembrada. É que justamente em toda a extensão desta nova rua se erguerá um complexo de 19 mil metros quadrados dentro de uma área de 150 mil metros quadrados, que sediará, definitivamente, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná, o Serviço Social da Indústria, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e Instituto Evaldo Lodi. 30 de seus 59 anos, Eddy dedicou à FIEP, como competente assessor de imprensa, ali desenvolvendo um trabalho admirável e implantando a excelente revista "Indústria", que extrapolando um house organ, sempre destacou assuntos culturais e da comunidade. Um trabalho tão sério, que até agora não encontrou ninguém em condições de dar continuidade, motivo pelo qual deixou de circular desde setembro do ano passado, quando da morte de seu editor-fundador. xxx A repercussão em torno de se prestar esta homenagem a Eddy Antônio Franciosi, só poderá ser excelente, já que desde que chegou em Curitiba, no início dos anos 50, Eddy soube desenvolver um trabalho sério e inteligente. Nas páginas do então nascente "Diário do Paraná", onde ocupou sucessivas funções, passando depois para outras publicações, Eddy fez um jornalismo moderno, organizando eventos sociais e, inclusive, desenvolvendo reportagens vividas, como da vez em que, vestido de mendigo, percorreu as ruas da cidade por três dias para sentir como vivem os deserdados da sociedade. Autor de vários textos, diretor de várias encenações, foi um dos esteios do Teatro Experimental do SESI, que, entre 1956/62, formou toda uma geração de grandes nomes que viriam a se profissionalizar - e do qual basta lembrar o também inesquecível José Maria Santos (1937-1990), e Lala Schneider. Pesquisador incansável, deixou inédito "Curitiba - Uma Crônica", em dois volumes, seguramente o mais completo estudo feito sobre a nossa cidade - obra que mereceria ser editada dentro das comemorações dos 300 anos de Curitiba, caso existisse uma comissão organizadora realmente dirigida por pessoas competentes - e não servindo apenas para politicagem do elemento que foi designado para sua presidência.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
16/03/1991

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br