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Aramis

No campo de batalha

Entre dezenas de volantes, cartas, circulares, santinhos e outros impressos políticos que a população recebe diariamente, numa poluição de candidatos em busca de votos, há algumas edições mais vigorosas. É o caso da publicação de 34 páginas que Osvaldo Alencar Furtado, 49 anos, está distribuindo, na qual faz um retrospecto de sua atividade parlamentar - que se caracterizou, reconheça-se, pela crítica e oposição, mesmo quando integrava a bancada do PMDB. Osvaldo Furtado não se cansou de denunciar irregularidades e foi o único deputado que teve coragem para alertar sobre os descalabros na área cultural do Estado, com pronunciamentos amplamente documentados sobre os desmandos ocorridos nos três anos do infeliz governo José Richa. Em 8 de abril do ano passado, em longo discurso na Assembléia, Osvaldo Alencar Furtado lembrava que "a dívida com o nosso povo, no que diz respeito ao patrimônio e ao universo cultural do nosso Estado não foi saldada, antes, se avoluma catastroficamente. São cartas-denúncias, panfletos, manifestações, greves e notícias de jornal, além da situação de penúria do nosso patrimônio de valor histórico e cultural que atestam a incompetência do Senhor Secretário da Cultura e Esporte". xxx Convocando o então Secretário para comparecer à Assembléia - o que foi bloqueado pelo rolo compressor do PMDB - Alencar Furtado denunciava, então, aquilo que o Paraná todo já sabia: irregularidades no Guaíra, o abandono do Museu da Imagem e do Som (agora, finalmente, em uma sede condigna) e a posição do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Paraná, que em documento enviado ao governador acusou a então diretora de arte e programação da FTG de "incompetência, conivência e subserviência por ter instaurado o terror nos bastidores, com pressão, ameaças de demissão e perseguições". xxx Em Curitiba há dezenas de grupos de adolescentes que se dedicam ao rock, mas raros são os que possuem o mínimo esquema de relações públicas. Por isto surpreende o aparecimento do grupo Garra, que no último fim-de-semana, apresentou o show "Fogo Cruzado" no Teatro Universitário. Com release, distribuição de um "fanzine" (mimeografado, com informações de seus integrantes) e até decalques. Criado há apenas um ano, o do encontro de Killer (?) nos vocais e guitarra, Ronaldo (guitarras, vocais), Magrão (baixo) e G.S. (?) na bateria, o Garra já fez apresentações no Paiol, Teatro da Classe e no Parque São Lourenço. De seu repertório, 80% é com letras em inglês. xxx Pedro Washington de Almeida, 51 anos, homem de vivência radiofônica (atuou em vários prefixos e foi proprietário da Rádio Independência, em Cascavel), licenciado da chefia-de-gabinete da Presidência da Câmara de Curitiba, para disputar uma vaga na Assembléia do PL, já decidiu que, independente dos resultados, vai aproveitar a experiência da campanha para um novo livro. Em 1983, Washington escreveu e editou "Paraná Político", espécie de grande relatório da vitória que deu o Iguaçu a José Richa e sua turma. Agora, descrente do peemedebismo oficial, pretende fazer um trabalho mais imparcial. xxx Um grupo familiar que explora em Curitiba duas churrascarias, está investindo alto numa terceira casa, de alto padrão, na Rua Roberto Barroso Filho. Ao lado, haverá um piano-bar, que poderia vir a ser um espaço agradável em termos musicais. Só que a mentalidade dos empresários é mais para o gênero forró do que a sofisticação necessária para uma casa com requintes de "150" ou "Chiko's Bar". E Curitiba continua sem um ambiente noturno de gabarito...
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
30/10/1986

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