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Aramis

No campo de batalha

A mostra do cinema Documentário cubano, iniciada ontem na cinemateca, trouxe a Curitiba o diplomata Idelso Espinosa Tasset, primeiro secretário da Embaixada de Cuba, acompanhado de Bernardo Vorobow, diretor da Fundação Cinemateca Brasileira, de São Paulo xxx São 13 filmes documentários, de 9 diferentes realizadores, que possibilitam o público conhecer uma cinematografia até agora inédita em Curitiba, com exceção do longa "A Última Ceia", de Tomas Gutierrez Alea, que, em complemento a mostra, será reprisada no cine Groff, a partir de amanhã. xxx Hoje, às 20,30 horas, serão reprisados os documentários constantes do primeiro programa: "Now", 1965, de Santiago Alvarez - premiado em festivais de Bilbao, Cork, Vina Del Mar e Itália (entre 65/67), e que foi o primeiro curta cubano a se destacar internacionalmente; "Pela Primeira Vez", 67, de Octavio Cortazar; "Simparele", 74, de Humberto Solas; "Meu Irmão Fidel", 77, de Santiago Alvarez e "Semeio Ventos em Minha Cidade", 78, de Fernando Perez. xxx Já está circulando a publicação especial que Mbá de Ferrante, diretor do Arquivo Público, fez com um interessante documento que descobriu em suas pesquisas: peças do inventário de Baltazar Carrasco dos Reis, um dos primeiros Provedores dos Campos de Curitiba - integrante do acervo do antigo Juízo de órfãos que se encontra agora sob a custódia do Arquivo Público. xxx Hoje, finalmente, Londrina ganha o seu Museu Histórico - justamente denominado de "Padre Carlos Weiss" (Colônia, 18/2/1910 - Londrina, 9/6/1976), que foi um dos primeiros a se preocupar com a guarda da documentação, objetos, jornais etc. relacionados a história da cidade. xxx De 1962 a 1986, foram 24 anos de luta para que o Museu ganhasse afinal sua sede - o que acontece agora, com a antiga estação ferroviária - e deixasse o porão do Grupo Escolar Hugo Simas no qual o acervo permaneceu por mais de duas décadas. xxx Muita gente colaborou para que o Museu Histórico de Londrina fosse instalado. Entre eles o historiador e sociólogo César Benevides, paraibano de nascimento, paranaense de coração, e que está cuidando agora da divulgação desta unidade cultural que tem em sua direção o professor Olímpio Westphalen e na coordenação Zuleika Scalasari. Gente idealista, a frente de uma pequena equipe que terá que fazer das tripas coração para classificar e ordenar um acervo diversificado em vários setores - mas que, felizmente, agora parece que terá um espaço definitivo. xxx A Schott Musas recebeu os primeiros exemplares de obra das mais interessantes: "Welt Musik Brasilien" (Cz$ 537,30, edição Schott, República Federal da Alemanha), 228 páginas, edição encadernada). Este "Mundo da Música no Brasil" tem textos, entre outros, de Tiago de Oliveira Pinto (Bandas de Pífanos, Capoeira, Candomblé), Maria Isaura Pereira de Queiroz (Escolas de Samba), Rafael Menezes Bastos ("Concepção Musical dos Kamayura") e Ary Vasconcelos ("História dos Conjuntos de Choro do Rio de Janeiro"). xxx Do editor Aírton Ortiz diretor de Tchê, editora gaúcha que teve um impressionante crescimento neste ano: "O Brasil produziu em 86, 360 milhões de livros, gastando para isso 70 mil toneladas de papel e faturamento de 1,3 bilhão de dólares (500 milhões a mais do que os 800 milhões de dólares da indústria de cigarros). Isso significa uma média de 2,7 livros por brasileiro. Estabelecendo como meta um crescimento anual do Produto Interno Bruto de 5% e o dobro disso - ou 10% - para a indústria editorial, chegaremos em 1991 produzindo 578 milhões de livros, com um gasto de 114 mil toneladas de papel e faturamento de 2 bilhòes de dólares, ou uma média per capita de quatro livros. Para se ter uma idéia do representa, nos EUA e outros países desenvolvidos, a média per capita é de 10 livros por ano". xxx O milionário Max Stoltz Neves que usa suas horas de folga para lançar novos talentos em sua galeria de arte, resolveu ser menos sovina e patrocinou um convite a cores para a exposição de fotografias de Neyla Brenner Hilgenberg. Que é tão bonita quanto os modelos que busca fotografar. xxx Afinal o "cachorrinho querido" Sílvio Caldas não é tão ingênuo quanto muitos pensam: aos 78 anos - e preparando-se para gravar um disco exclusivo aos fregueses do Inverno & Verão, a convite de Romualdo Zanoni, o Seresteiro maior investe seu dinheiro em ouro. É o que diz um release da Acesso, agência paulista de RP: Sílvio esteve na sede da Companhia Real de metais e diretamente com o diretor Gilberto Kfouri, fez uma aplicação em barras de ouro. xxx A quem interessar: a FUNARTE está recebendo projetos partidos da sociedade, nas áreas de música, artes plásticas, fotografia, artes gráficas, folclore e arte-educação, para financiamento e assessoramento técnico, até 31 de janeiro de 1987. As propostas deverão ser apresentadas por entidades públicas ou privadas (inscritas no Conselho Nacional de Serviço Social) e encaminhadas em formulário próprio, obtido na sede da FUNARTE ou em seu escritório regional. xxx A propósito da FUNARTE, o violão, o cordão carnavalesco Sodado do Cordão, as performances e os corais com milhares de pessoas, a admiração que o mestre nutria por Dalva de Oliveira e Sílvio Caldas, sua amizade com Donga, Pixinguinha e outros chorões, sua obra relida por músicos como Egberto Gismonti, Joyce, Edu Lobo e outros são importantes passagens da vida e obra de Heitor Villa-Lobos, que poderão enriquecer os trabalhos que participarem do concurso de monografias "Villa-Lobos e a Música Popular Brasileira", idealizado pela Divisão de Música popular INIM/FUNARTE, aberto a pesquisadores e estudiosos de todo o brasil. O primeiro colocado receberá Cz$ 20 mil e terá seu trabalho editado numa tiragem de 20 mil exemplares. Prazo de inscrição: 30 de julho de 1987. LEGENDA FOTO - César Benevides: ajuda ao Museu de Londrina.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
10/12/1986

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