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Aramis

No campo de batalha

Entre tantas exposições de amadores e oportunistas que invadem a praia das artes plásticas da cidade, é salutar registrar uma de dois nomes de respeito: Álvaro Borges e Wilson Andrade Silva (o estimado "Espigão"), pintores que surgiram com força nos anos 60, consolidaram-se na década passada e hoje podem, tranqüilamente, viver apenas de seu trabalho plástico, abrem nesta terça-feira, na Casabranka (Shopping Springfield) uma mostra que promete bastante. xxx Tanto Álvaro como Wilson são artistas de estilos definidos, cores fortes e cujos trabalhos estão espalhados hoje por coleções da maior importância. Humildes, dedicados aos seus trabalhos, fogem do comercialismo que vem desgastando as artes plásticas - com uma sucessão de vernissages semanais, em galerias que abrigam 70% de lixo e apenas 30% de qualidade. Está na hora de nossos críticos - Aurélio Benitez, Adalice Araújo, Nery Batista serem mais rigorosos e denunciarem, com a competência que possuem o que é enganação. xxx Como é a líder das mulheres empresárias no Paraná, ativíssima na defesa dos direitos femininos, a bela e atuante Lá Engele também dá o exemplo na iniciativa privada: associada a Tânia Ribas inaugurou na semana passada uma nova atividade - a Baglis Terapia, espaço para oferecer saúde e beleza: fototerapia, fisioterapia, condicionamento físico geriátrico, para cardíacos, gestantes etc. Fica na Rua Simão Bolívar, 844. xxx Acima falamos de artistas plásticos. Um talento seguro e hoje com mercado internacional - tanto é que dentro de algumas semanas estará embarcando para a Europa, acertando a colocação de seus trabalhos em várias galerias da Itália, Suíça, Inglaterra e França - é Leonel Flores Brayner, alagoano radicado em Salvador - mas que teve em Curitiba o seu início artístico graças ao apoio de Jorge Sade, na Acaiaca. Em novembro, Leonel virá expor na Momento, a galeria de Denise Moro a sensualidade morena das artes plásticas. Antes, porém, Leonel está expondo na galeria Jardim Contemporâneo, em Ribeirão Preto. xxx A pianista Larissa Boruschenko fará concerto no auditório da Reitoria, na próxima sexta-feira, 23, com patrocínio da Associação Bibliotecária do Paraná. xxx Depois de um ano e meio de brigas, finalmente definida a situação da Funarte: Maria Luiza Librandi deixou a diretoria-executiva na semana passada e foi nomeada para a sub-secretaria da difusão e intercâmbio cultural do Ministério da Cultura e coordenadora do projeto França-Brasil, o que a fará dividir seu tempo entre o Rio e Paris, tarefa das mais agradáveis, aliás! xxx Para o seu lugar foi escolhido o economista Evaldo Correia Lima, ex-diretor executivo do BNDE e até 1976, gerente de operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird), mas, na verdade mais conhecido como o pai do poeta Antônio Cícero e da cantora Marina. xxx Ziraldo Alves Pinto, presidente da Funarte, conseguiu modificar, finalmente, o regimento da Funarte: assim Correia Lima não exercerá a direção executiva, mas a direção administrativa. Afinal, os choques entre ele e Lulu - forma amigável de tratamento de Maria Luiza Librandi - é que anteriormente a figura do presidente ficava como decorativa, enquanto todas as decisões dependiam da direção executiva. xxx Em Curitiba, o escritório regional não deverá sofrer qualquer mudança. Ao contrário, Ziraldo tem na jornalista Lúcia Camargo, uma de suas pessoas de confiança. E Domício Pedroso, coordenador regional, também está com sinal verde! xxx A mais famosa bailarina brasileira, a bela e mignom Ana Maria Botafogo, que anos atrás residiu em Curitiba atuando no Ballet Guaíra - numa época de glória daquele corpo da Fundação Teatro Guaíra - enviando aos amigos curitibanos os convites para o seu casamento, dia 1º de agosto, na Igreja de São Francisco de Paula, Rio, com o bailarino Graham Bart. Entre os padrinhos, nomes famosos da dança: Fernando Bujones, Márcia Kubitschek e Dalal Achcar. xxx E ainda quem fala da inteligência, bom gosto e sensibilidade do público curitibano: hoje e amanhã, últimas chances de se assistir no Palace Itália o melhor filme brasileiro de 1986 - "A Hora da Estrela", de Suzana Amaral, 13 prêmios no Festival em Brasília, Leão de Ouro a Marcélia Cartaxo (Macabéia) no último Festival de Berlim: até ontem, menos de mil pessoas, com uma renda de Cr$ 14.000,00 - haviam assistido a esta lírica obra. Assim, Alex Adamiu, dono da casa, não teve outra solução: a partir de quinta-feira, ali estréia a comédia "O Último Americano Virgem". Para este tipo de filme, por certo o curitibano será motivado. E viva a cultura tupiniquim!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
20/05/1986

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