No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de março de 1988
Na área da tecnologia, a vedete da Vídeo Trade Show, ao menos para o público, foi o Vídeo Wall, formado por um original telão reunindo 54 aparelhos de televisão, operados com computador e que permitem praticamente uma remontagem dos vídeos exibidos. Desenvolvido pela Art-Sistema, esta aparelhagem vem sendo usada comercialmente em lançamentos de produtos e eventos especiais, a um custo nunca inferior a Cz$ 4 milhões - já que exige o deslocamento de centenas de aparelhos e uma cara equipe de técnicos. As imagens são divididas entre os vídeos, com montagens incríveis e é natural que o público ficasse entusiasmado com os resultados apresentados.
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A Sharp, gradiente e JVC apresentaram também seus novos aparelhos, com múltiplos recursos. Na segunda-feira, houve inclusive uma palestra da Tecnovídeo sobre o Super VHS. A Gradiente, tradicionalmente fabricante de aparelhos de som, figurou agora sua linha de videocassete, apresentando na feira o SV 21, com som estéreo Hi-Fi, controle remoto, programador para seis eventos (com antecedência de até 14 dias) e memória programada. A Philco Hitachi colocou à venda cinco novos modelos de videocassete, entre os quais o modelo PBC 4.800, estéreo, com decodificador e quatro cabeças de vídeo.
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O stand da J. Home Vídeo - uma distribuidora até agora sem maior presença no mercado - ganhou uma atração especial para a garotada: o brinquedo Powerjet X-7 recém lançado pela empresa norte-americana Mattel - e que adaptável ao monitor de TV possibilita que adultos e crianças interfiram através de uma espécie de controle remoto na ação do "capitão Power", personagem do desenho animado que acompanha o brinquedo. Satisfaz as crianças que ainda não mergulharam no mundo da informática, que oferece jogos bem mais atraentes.
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Fundado há quatro anos, o "Jornal do Vídeo" editado por Ocenao Vieira de Melo, em Campinas, mostrou sua maioridade: circulou com uma edição de 134 páginas, repleta de anúncios. No melhor estilo do "variety" - que é desde 1907 a bíblia do show-bussines - o "Jornal do Vídeo" reuniu centenas de informações.
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Outra publicação especializada que aproveitou a motivação para sair com uma edição especial: a "Vide Vídeo", editada em São Paulo, por M. Meinberg. Já os irmãos Lessa e Wolf também entram na área editorial com a revista "Classe News", cujo terceiro número circulou durante a Feira.
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Grandes golpes estão também sendo dados nos ingênuos distribuidores que se lançam em negociações internacionais sem terem o devido assessoramento. Por exemplo, Mário Merçon, dono da Hunter Vídeo - até agora especializada em pornôs - esteve nos EUA e comprou da Groove Productions os "direitos" para a edição, em vídeo, no Brasil, de "A Cor do Dinheiro" (The Colour of Money, 86, de Martin Scorcese) que deu a Paul Newman o Oscar de melhor ator no ano passado. Só que os direitos desta fita não eram da Groove, e assim Merçon, "marcou" com um prejuízo de muitos mil dólares - inclusive na prensagem de 5 mil caixas para comercializar o produto.
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Poucos stands com empresas com uma visão mais nobre - e não apenas mercantilista - no Vídeo Trade: o da Didakta Tecnologia Educacional, que está lançando, para engordar seu já respeitável acervo de quase 400 títulos, os 18 programas que compõe as "Obras Primas da Animação e do Documentário", da National Film Board. Assim, afora vídeos meramente didáticos, a Didak lança agora produtos mais sofisticados como "Ilhas Distantes" (animação por bordado em superfície de pano), "Tchou-Tchou" (animação em blocos de madeira), "Kubota e sua Música Experimental" e "Ecologia, Paraíso Perdido".
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Outra empresa, a Vídeo Arte do Brasil, há nove anos já trabalha em conjunto com as maiores produtoras educativas do mundo, inclusive a Agency for Instructional Technology e Public Broadcasting Services. Na feira, apresentou "Conheça o seu Corpo", para as disciplinas de Biologia e Ciência.
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A Globo Vídeo, além de ter o catálogo de melhor qualidade, com muitos filmes de arte, também amplia sua Vídeo Escola. Na Feira, por exemplo, entre os 25 novos filmes, de 6 a 8 minutos cada, trouxe interessantes realizações sobre o título "Mar/Mares".
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Até a Omi Vídeo, normalmente associada a vídeos pornográficos, surpreendeu: trouxe além do "Auto Maquiagem: Marcelo Beauty", "Os Segredos de Benjamin Abrahão". Que não é nem um atleta sexual, mas sim um famoso cozinheiro, responsável por doces e salgados que produz na sua "Boulengeiro".
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Somente nesta quinta-feira, a JGC Empreendimentos divulgará os números finais da I Vídeo Trade Show - cujo logotipo teve a palavra "Vídeo Legal" - como marco da nova era de comercialização destes produtos. Os números devem ser otimistas, já que no segundo dia de funcionamento da Feira, vários exibidores estavam com seus blocos de pedidos esgotados.
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Apesar de tudo, algumas locadoras de Curitiba continuam fazendo pirataria: desde ontem, duas delas - já na mira da Polícia Federal/Concine - estão alugando cópias de "Atração Fatal", de Adrian Lynne - empregando para tanto um esquema sigiloso, é claro. Os contatos são feitos através de "clientes de confiança" e as fitas entregues apenas à noite, ao custo de Cz$ 200,00. Agem como se fossem traficantes de tóxicos, tal o esquema de segurança que utilizam. Mas a CIC/UIP, que têm os direitos de "Fatal Atraction" colocou detetives na praça e nesta semana ainda as locadoras que insistem neste esquema deverão ser "estouradas", com seus proprietários - já conhecidos pela reincidência de pirataria - sofreram processos pesados.
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