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Aramis

Notas

1) A excelente temporada para a música brasileira nos Estados Unidos, principalmente em Nova Iorque, terá além das duas apresentações dos músicos do Som da Gente, no último fim-de-semana, também o show de Antônio Carlos Jobim e Gal Costa no histórico Carnegie Hall, no dia 15. Só que enquanto a promoção do Som da Gente ganhou uma das mais bem organizadas coberturas na imprensa, inclusive anúncios no New York Times a divulgação do show de Tom e Gal, até a semana passada, estava fraca. 2) Roberto Dranoff, 25 anos, carioca, FILHO DE PAI AMERICANO, há 9 anos morando em Nova Iorque, está tentando mostrar aqui um bom esquema de produções musicais. Tendo trabalhado - e muito aprendido com Fred Rossi (empresário de Toquinho), Roberto assessorou na produção do Som da Gente e, para o segundo semestre de 1989, pensa levar jovens instrumentistas de Jazz de Nova York para apresentações no Brasil. 3) Foi Roberto Dranoff um dos articuladores do original show "Black Beans", MAIS UM EVENTO EM FAVOR DA MÚSICA BRASILEIRA, ocorrido nas noites de 14 a 15 de fevereiro, num teatro chamado Cuando, no Lower East Side. Foi um mutirão de artistas brasileiros, Airto e Flora Purim, o percussionista Naná Vasconcelos, Cláudio Roditti, o baterista Dom Salvador, para levantar fundos que possibilitem a outro baterista, Dom Um Romão, reabrir seu estúdio de som chamado justamente Black Beans. A renda não foi suficiente para cobrir o projeto mas valeu pela solidariedade dos músicos brasileiros que aqui residem. Participantes também, muitos instrumentistas ainda desconhecidos mas que buscam espaço, como o violinista Mário Toledo, excelente executante de chorinho - gênero que procura divulgar entre os músicos nova-iorquinos. 4) Saindo fora da área musical: o Brasil ganhou espaços na edição de terça-feira, 7, do "The New York Times". Na página 4, do primeiro caderno, o jornalista Alan Riding publicou uma matéria de 4 colunas, ironizando o "circo" em que foi transformada a Câmara Federal, com a gravação de um capítulo da telenovela "O Salvador da Pátria". Ilustrada com uma foto da atriz Lúcia Veríssimo, entre os deputados, a matéria aproveita para falar da situação econômica do Brasil, de sua dívida externa, da corrupção e da República de Mombaça com a ridícula visita que o "presidente" interino, o deputado Paes de Andrade, ali fez quando Sarney esteve no Japão. A matéria analisa ainda o quadro eleitoral e cita uma frase cunhada por José Nêumane Pinto, editor político do "Estado de São Paulo" (e que veio a Nova Iorque, assistir aos espetáculos do Som da Gente): NEPOTISMO NÃO TEM IDEOLOGIA. 5) A ecologia continua preocupando a imprensa americana em relação à devastação da Amazônia, isto fez com que na página 5 do The New York Times, no mesmo dia 7, a declaração do curitibano Luciano Pizzato, diretor do IBDF, sobre CENTENAS DE INCÊNDIOS QUE OCORRERAM ESPECIALMENTE NA BAHIA E NORTE DO ESPÍRITO SANTO, ganhasse manchete. Foi destacada especialmente a frase de Pizatto: "NÃO TEMOS PRECEDENTE DE UMA SITUAÇÃO TÃO DIFÍCIL COMO ESTA."
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
12/03/1989

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