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Aramis

Novos tempos na FCC

Muitas poucas vezes a substituição em um cargo na área cultural encontros apoio tão unânime como da escolha feita pelo prefeito Jaime Lerner para a direção executiva da Fundação Cultural de Curitiba. A jornalista e professora Lúcia Gluck Camargo, desde ontem naquela importante função , recebeu cumprimentos não só de todas as áreas da cidade, mas telegramas e telefonemas de configurações vindos de vários estados. Uma das pessoas mais estimadas em todas os círculos culturais, sociais e políticos da cidade, competente em todas as missões que lhe foram confiadas até hoje, a presença de Lúcias Camargo na FCC não poderia acontecer em momentos mais propícios. Após mais de um ano de sucessivas crises naquela entidade, provocadas por inabilidades e conflitos no setor Lúcia tem condições de aparar arestas - algumas, e que, se não fosse uma presença como a sua, acabariam levado a entidade a um total caos. O dinamismo de Lúcia, provado já na área do magistério - desde seus tempos de professora do ensino médio até as funções exercidas na Universidade Católica e Federal, trânsito aberto em todos os setores e tendo integrado por quase uma década o conselho (hoje extinto) da Fundação Teatro Guaíra, dão condições de dar à FCC a sacudida que o prefeito Jaime deseja, há muito, ver na entidade. Há mais de um ano é graças a Lúcia Camargo que o projeto << Parcerias >> vem se desenvolvendo com imenso sucesso. Os nomes mais importantes dos diversos setores têm aceitado participar desta promoção municipal, ficando todos entusiasmados, com a organização com que Lúcia Camargo coordena a área. Agora, com maior raio de ação ao espírito de equipe do advogado Constantino Viaro, primeiro diretor administrativo da entidade, e que representa um sustentáculo em termos de organização, junto com a simpática e relações públicas do presidente Sérgio Mercer, a FCC poderá cumprir parte dos múltiplos projetos que existem . O próprio diretor-executivo da Fundação Nacional das Artes, Roberto Parreiras, que esteve em Curitiba no início da semana, para assinar com o secretário Luís Roberto Soares, da Cultura e Esporte - convênio pelo qual a SCE passa a representar oficialmente a Funarte no estado, se alegrou com a noticia de que a FCC passaria a ter uma pessoa altamente identificada na área cultural em sua direção. E Parreiras somente não permaneceu mais dois dias em Curitiba, para prestigiar a posse de Lúcia, devido a compromissos inadiáveis assumidos no Rio de Janeiro. Mas, espontaneamente, deixou claro que muito mais se poderá fazer agora, em termos de efetivos projetos visando a ação cultural, num estilo amplo e popular, sem idéias elitistas e que comprometem orçamentos de milhões de cruzeiros. Escolher pessoas certas para os cargos é uma das condições que fazem os homens que momentaneamente detém o poder de ter condições de desenvolver boas administrações. E o prefeito Jaime Lerner assim entendeu, ao colocar na direção executiva da FCC uma pessoa competente. Hoje, numa única apresentação à meia-noite, no restaurante Mouraria, oportunidade de ouvir duas belas vozes da MPB: Márcia e Junia Horta. Márcia (Elisabeth Barbosa Machado de Sousa), paulista, 37 anos, tem uma longa carreira, várias gravações, mas até hoje não encontrou a popularidade merecida. Em 1967 defendeu << Eu e a Brisa >> (Johnny Alf), no III FMPB, da TV Record, que embora desclassificada se tornou, mais tarde, um de seus maiores sucessos. E que permanece como uma das mais belas músicas dos anos 60 - e obra-prima de Johnny Alf, Já Junia Horta, mineira, prima de Toninho Horta, é uma compositora-interprete em escalada, que já aplaudimos em Belo Horizonte, no show << Travessia >>. O canto dos Mineiros >> e que, agora, inicia uma carreira nacional. Pena que José Luís Reginato, que traz Márcia e Junia a Curitiba, não tenha conseguido um teatro para uma temporada maior. Assim mesmo, aplaudi-las hoje no Mouraria é um programa recomendável.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
25/07/1980

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