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Aramis

O bom teatro infantil (III)

Para as crianças acostumadas com adaptações (muitas vezes falhas) de contos-de-fadas ou mesmo clássicos da literatura infantil, uma peça como "A Viagem de um Barquinho" (auditório Salvador de Ferrante, hoje, às 10 e 15 horas) talvez surpreenda. Não há bruxas, nem fadas príncipes encantados e embora personagens mágicos povoem o universo do menino que busca o seu barquinho de papel, todos foram criados para propor aos pequenos espectadores uma visão panorâmica - e contemporânea - de nosso universo. O sol, o Pirilampo, os cavaleiros verdes e azul, o sapo, o personagem do sonho ou a Fada-princesa inserem-se naturalmente na estória, cujo surrealismo aparente, propõe às crianças uma visão nova, que mesmo talvez não entusiasmando as mamães menos (in)formadas sobre os caminhos de um teatro infantil mais atual, por certo comunicam muito a quem se dirige - isto é, as próprias crianças. Prejudicada em suas duas primeiras semanas com a impossibilidade de aproveitar todo o palco do pequeno auditório do Guaira, a partir de agora "A Viagem de um Barquinho" mostrará os belos cenários criados por Proença. Um dos pontos altos deste espetáculo, dirigido com carinho por Antonio Carlos Kraide, é a trilha sonora, com músicas sensíveis compostas e interpretadas por Marinho, sem dúvida um dos grandes talentos de nosso pequeno mundo musical. No elenco, o destaque é Denise Assumpção, com muita força interpretativa mas os outros jovens intérpretes também estão bem: Elô de Souza, Ariel Coelho, Fátima Ortiz e Rafael Pacheco. Há poucos passos do auditório Salvador de Ferrante, outro espetáculo infantil igualmente estimulante: "O Chapeuzinho Vermelho" (mini-auditório Glauco Flores de Sá Brito, entrada pela rua André de Barros, às 10 e 15 horas) que marca o retorno do Teatro de Bonecos Dadá a Curitiba. Igualmente, é uma proposta nova para o público infantil: o conto tradicional, na adaptação do titiriteiro [francês] J.M.Temporal, em tradução de Miriam Galarda Salles, transforma-se num espetáculo de moral ecológica, eliminando-se a visão clássica do bem (Chapeuzinho) e mau (Lobo). A proposta que os titiriteiros do grupo Dadá fazem é de dar as crianças uma opção no julgamento dos dois personagens, além de apresentar um final insólito e propositalmente levando as crianças a um raciocínio lógico. Enfim, um espetáculo de bonecos que marca o início de atividades na da sala de Fundação do Teatro Guaira, destinada exclusivamente a este gênero de apresentações. LEGENDA FOTO - Marinho
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
19/10/1975

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