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Aramis

O canto alegre e viril do Gaúcho da Fronteira

Há algumas semanas, o ativíssimo Armando Heyz, veterano homem da promoção fonográfica, recebeu um telex da WEA com uma missão: ajudar a localizar o artista nativista Gaúcho da Fronteira, quando passasse por Curitiba. É que a direção da WEA não conseguia se comunicar com o artista, tal a sua agenda de compromissos que o leva, com seu grupo, viajando em ônibus próprio, a percorrer todos os Estados do Sul, em apresentações ininterruptas. Único artista regionalista da WEA, Gaúcho da Fronteira (Heber Fros, Sant'Ana do Livramento, 23 de junho de 1947) é um dos mais populares artistas do Sul, com um público imenso. Felizmente, Armando conseguiu não só localizar o Gaúcho da Fronteira numa passagem pela cidade e, durante um almoço na Churrascaria Gaúcha, no Pinheirinho, como também acertou a renovação do contrato do artista, que dentro do esquema da WEA é o mais brasileiro dos artistas, com seus xotes, vanerões, bugios e milongas. Agora, está saindo o sexto elepê de Gaúcho da Fronteira ("Rio Grande de Sempre", maio/87), acompanhado de um ótimo texto no qual o jornalista Danilo Ucha, da "Zero Hora", sintetiza a sua carreira, numa linguagem tão objetiva que merece transcrição. Neste seu sexto elepê, o título vem de uma música da Antônio Augusto Fagundes, folclorista, redator de colunas especializadas, produtor de programas na RBS e agora diretor técnico do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclores - além de compositor e cantor, já com discos gravados. Gaúcho da Fronteira ganhou o seu primeiro "Disco de Ouro" com a vendagem obtida pela música "Nhecovari Nhecofum", que o projetou além do Rio Grande do Sul. Nascido em Sant'Ana do Livramento, na fronteira com o Uruguai - de onde vem seu nome artístico - Heber Fros começou a tocar gaita, "uma gaita de botão com quatro baixos, que ainda guardo como recordação", diz. Depois de participar de festas e espetáculos em vários clubes e Centros de Tradições Gaúchas em Livramento e nas cidades vizinhas, Heber - que já era então chamado de Gaúcho da Fronteira - ingressou no conjunto "Os Vaqueanos", com o qual viajou por quase todo o País. Gravou um compacto duplo em Montevidéu e um elepê em São Paulo. Permaneceu com Os Vaqueanos por oito anos. Em 1975, fez seu primeiro elepê solo (Copacabana, "Gaúcho da Fronteira") e só em 1978 voltaria a fazer outro elepê solo, desta vez na Isaec, em Porto Alegre ("Mensagem do Sul"), com duas faixas que obtiveram repercussão: "Praia Gaúcha", um vanerão e "O Dedo", xote. Radicado há oito anos em Porto Alegre - embora esteja constantemente viajando, Gaúcho da Fronteira foi contratado pela WEA, onde faria o seu terceiro elepê ("Meu Rastro"), no qual estava o vanerão "Nhecovari Nhecofum", seu maior sucesso - ao lado de "O Dedo" e "Mudança para Capital". Em 1981, o segundo elepê pela WEA ("Isto que é gaiteiro bom"), que teve na faixa "Sentado nos meus pelegos" uma das razões pelas quais vendeu 50 mil cópias, liderando a parada do selo "Rodeio", uma das etiquetas da WEA. Logo depois faria "Gaita Companheira", com mais dois sucessos: "Sonhando com ela" e "Churrasco lá em casa". Agora, Gaúcho da Fronteira tem um novo disco na praça. Como sempre alterna o humor com a emoção e além da música título, de Nico Fagundes, incluiu, emotivamente, uma composição de sua mãe, Brigita Duarte: "Mi Herencia". As demais canções são "Ainda Morro Disso", um xote bem divertido; "Por baixo dos Panos", de José Vilela, de Uruguaiana; "Grande Amor", de José Hilário Retamozzo (compositor de grande obra, vencedor de vários festivais nativistas gaúchos); "Livro Aberto", também de Gaúcho; "Fruta Madura", parceria com o Velho Milongueiro e Cláudio Medeiros; a ufanista "Caudilho de 35", parceria com Jesus de Almeida; "Sublime Recado", outra parceria com Velho Milongueiro; "Assuntando", parceria com Lenço Branco, de Livramento; "Monarca", parceria com João Santos e o animadíssimo "O Bugio Já Foi Gente", parceria com Jorge Missioneiro.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
24/05/1987
nao encotro a musica "monarca"do cd rio grde de sempre do gaucho da fronteira

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