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Aramis

O Cláudio de nosso teatro

O retorno de Cláudio Correa e Castro, amanhã, para uma curta temporada da comédia "Computa, Computador, Computa" (Guairinha, de 25 a 27, 21 horas), tem um significado muito especial para quem acompanha nossas atividades artísticas. Ausente do Paraná há quase 8 anos, Cláudio é, entretanto, ainda o homem que, nos últimos 20 anos, mais contribuiu para a elevação do nível artístico do teatro em Curitiba, num trabalho sério, persistente e que, infelizmente, não encontrou um único substituto à altura. Quando, em 1962, logo após Gianni Ratto e Joel Barcelos, terem dados cursos experimentais promovidos pelo então superintendente do Teatro Guaíra, jornalista Fernando Pessoa Ferreira, sentiu-se a necessidade de um trabalho mais regular. Surgiu então o nome de Claudio Corrêa e Castro, recém-chegado da Europa e que desejava fazer um trabalho consistente, fora do eixo Rio São Paulo. Veio para cá, com todo o entusiasmo e, durante quase uma década, praticamente implantou as bases de nosso profissionalismo teatral. Apoiado inicialmente por Fernando Pessoa e, depois, por Octávio Ferreira do Amaral Neto, Claudio fez do Teatro de Comédia do Paranná, uma companhia que encenou, aqueles que foram, possivelmente, os mais bem acabados espetáculos já vistos no Paranná. "Um Eelefante no Caos" de Millôr Fernandes (1962), "A Vida Impressa em Dólares" de Clifford Oddts (1963), "A Megera Domada" de Shakespeare (1964), "Escola de Mulheres" de Moliére (1965), (esta dirigida por José Renato, com Claudio como intérprete), "Tio Vania" de Checov e "As Colunas da Sociedade" de Ibsen, foram, entre outras, montagens, que marcaram o período fertil que Claudio, com o apoio do Guaíra, coordenou em Curitiba. Um dos aspectos que tornaram Claudio Corrêa e Castro um homem até hoje lembrado em Curitiba foi a formação profissional e artística que imprimoiu a atores e atrizes, que de um trabalho idealista e amadorístico, nas décadas de 40 e, principalmente 50, encontraram nele um professor que, na prática, em uma dezena de encenações, transmitiu preciosas informações. Os profissionais do teatro paranaense, alguns dos quais hoje sobrevivendo apenas de seu trabalho nos palcos - como José Maria Santos, Lala Schneider, Edson D'Avila e outros devem a Claudio muito do que são. Outros, mesmo com atividades diversas - Maurício Távora, Sale Wolokita, Joel de Oliveira, Lucio Weber, para só citar alguns exemplos, também reconhecem em Claudio o grande mestre. Enfim, se há alguém que, no teatro paranaense, tem um lugar de destqque, é Claudio. Há 9 anos em São Paulo, atuando em teatro, televisão e cinema, Claudio fez uma bela carreira. É hoje um dos nomes de expressão nacional, com tantos compromissos que raramente tem tempo para excursionar. A sua presença, neste fim-de-semana, ao lado de Luiz Carlos de Moraes e Salma Buzzar, em "Computa, Computador, Computa", direção de Celso Nunes, merece ser prestigiada pelo público - a quem sempre procurou dar o melhor de si.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
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24/11/1977

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