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Aramis

O desaparecimento nas águas do Canal

43 anos após o desaparecimento de Glenn Miller, o fato ainda continua a motivar registros. No dia 2 de janeiro de 1986, os principais jornais do mundo deram grande destaque à notícia divulgada no dia anterior pelo "The New York Times": o aparelho que transportava Glenn Miller (saindo de Bedford, na Inglaterra) teria sido derrubado pelo deslocamento de ar provocado pelas bombas lançadas por um bombardeiro britânico, um Lancaster. Dois tripulantes do bombardeiro, o navegador e o piloto, disseram que o Lancaster era um dos 150 que retornavam de uma missão cancelada no dia 15 de dezembro de 1944, quando Glenn Miller decolou de Bedford. Os dois tripulantes disseram que viram um avião Norseman caindo no mar logo após a explosão das bombas que lançaram. Oficialmente, a versão era de que o desaparecimento do avião caiu devido ao gelo acumulado nas suas asas. Há algum tempo, as agências também noticiaram de que havia sido encontrado, no Canal da Mancha, os destroços do avião em que Miller e o piloto viajavam. Obviamente, nada foi confirmado. O fato é que a morte de Miller emocionou a América. O presidente Trumann, os generais Eisenhower e Arnold o homenagearam. Em 6 de junho de 1945, menos de seis meses após o desaparecimento, teatros por toda a América promoveram noites repletas de astros para venda de bônus de guerra. No Paramount, em Nova Iorque, onde Glenn planejara tocar após regressar da guerra, seus colegas promoveram um entusiástico espetáculo, que teve Milton Berle como mestre de cerimônias e reuniu as orquestras de Count Baesei, Benny Goodman, Louis Primam, Charlie Spivak e Fred Waring. O som Miller permaneceu - no rádio, nos discos e ao vivo, com a orquestra que até hoje mantém o seu nome, seu repertório e seu espírito. Uma música envolvente, suave e maravilhosa, de uma época.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
05/02/1987

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