O filme do filho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de junho de 1985
Enquanto José Joffily usa as horas de folga para pesquisar (agora com o auxílio de um sobrinho, César Benevides), elementos para o novo livro, desta vez sobre a revolução de 1932, o primogênito do ex-parlamentar, Zezinho Joffily, está concluindo a montagem de "Um Dia Virgínia", rodado em Bananal, uma cidade perdida no tempo e no espaço, na divisa de São Paulo com o Rio. Foram realizadas ali as filmagens dessa adaptação livre do romance "Dona Anja", do gaúcho Josué Guimarães. Roteirizado pelo próprio Joffily, Jorge Durante e Joaquim Vaz de Carvalho, também produtor, "Um Dia Virgínia" é a história de um velho desembargador (Nelson Dantas), que, depois de 50 anos, retorna à cidade de origem, no Interior, casado com uma jovem mulher (Dora Pellegrino). De início, a comunidade os prestigia, mas aos poucos o amor dos dois começa a incomodar e a sociedade revela hostilidade e preconceito para com ambos.
Para José Joffily filho, cineasta que até agora havia realizado apenas [curta-metragens], com temas urbanos ("Copa Mista", "Alô, Tetéia", "Galeria Alaska", "Praça Tiradentes" e "Voando com os Pés no Chão"), além de ter sido co-roteirista e assistente em *"[Parahiba], Mulher Macho", a realização deste filme foi um mergulho num universo novo:
- "Apesar de ser da Paraíba, vim para o Rio muito pequeno e não tinha contato com o universo rural. "Um Dia Virgínia" era um projeto de Joaquim Carvalho e ele me chamou para dirigí-lo. Porque era um tema que não constava nas minhas preocupações, filmei o Interior muito mais como eu imaginava que ele fosse (simpático, mas cheio de preconceitos) do que guiado por um compromisso de retratá-lo fielmente".
Roteirista também em outros filmes ("O Sonho Não Acabou", "A Filha dos Trapalhões" e os inéditos "O Rei do Rio", de Fábio Barreto, e "Abaetê", de Zelito Viana), Zezinho Joffily tem um grande projeto pessoal: "Assassinato na Ullem Company", baseado em romance histórico dos mais interessantes escritos pelo pai, relatando fato ocorrido em São Luiz do Maranhão, nos anos 30.
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Em "Um Dia Virgínia", atua, também, um ator de grande identificação com o Paraná: Ariel Coelho, que iniciou fazendo peças com Antonio Carlos Kraide e hoje é um dos mais bem sucedidos profissionais do teatro no Rio de Janeiro. Além de aparecer em muitos filmes, inclusive a produção internacional "A Floresta das Esmeraldas", de John Boorman, rodado no Brasil e exibido hors concours, no último festival de Cannes.
LEGENDA FOTO - Ariel: nas telas.
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