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Aramis

O mercado de vídeo e o guia de Rubens

Durante o I Festival Internacional do Cinema, TV e Vídeo (Rio, novembro/85), Ronald Suplicy, presidente do Vídeo - Clube do Brasil, foi um dos poucos empresários do setor a participar da mesa-redonda que debatia o palpitante - e ainda pouco conhecido - mercado de vídeo em nosso país. Em Gramado, na última semana de março, Suplicy estabeleceu vários contatos com produtores e cineastas, e, ao deixar o XIII Festival do Cinema Brasileiro, havia ampliado o catálogo de sua empresa com mais de cinco filmes, todos realizados pelo Centro de Produção e Comunicação, de Tizuka Iamazaki: "J.S. Brown - O Último Herói","Gaijin", "Bar Esperança", *"[Parayba], Mulher Macho" e "Patriamada". Suplicy foi um dos primeiros empresários do setor de vídeo a preocupar-se em comercializar, legalmente, vídeo-cassetes com filmes nacionais, de acordo com a legislação que se vem elaborando para o setor. Para isso, Suplicy inclusive inovou em marketing: paralelamente ao lançamento de "Bete Balanço", de Lael Rodrigues, no ano passado, lançou-se também em vídeo, conseguindo vender algumas centenas de cópias, apesar do preço de Cr$ 300 mil a unidade. xxx Embora a pirataria continue firme, na área de vídeo, algumas empresas estão se estruturando para explorar o mercado. Francisco Lucas, de São Paulo, tem adquirido os direitos tanto de filmes de arte como de pornôs, que distribui através da Satélite. A Globotec já lançou cinco títulos, incluindo "O Cangaceiro" (1953, de Lima Barreto) e "Macunaíma" (1971, de Joaquim Pedro de Andrade). A CIC, poderosa multinacional que agrupa MGM/ Paramount/ Universal, é quem tem os títulos mais comerciais e começa agora a colocá-los no mercado. xxx A prosperidade do vídeo esbarra na realidade econômica. Com os aparelhos custando o mínimo de Cr$ 5.500.000 e os tapes locados em média a Cr$ 10 mil (título/dia), só uma pequena minoria de alto poder aquisitivo pode desfrutar desse entretenimento. Luiz Renato Ribas, pioneiro do setor em Curitiba, avalia em 12 mil aparelhos o mercado existente em Curitiba. Para estes, há três tapes-clubes: o Tape, de Luiz Renato; o Vídeo e o Master, e mais 9 locadoras. As ofertas variam em cada clube, mas, no geral, a preferência é pelos filmes mais conhecidos e de fácil consumo. Tanto é que uma bonita idéia de Marcelo Marchioro, engenheiro, cinemaníaco e ex-diretor da Fundação Teatro Guaíra, em implantar um setor de tapes com filmes de arte, não conseguiu o sustentáculo esperado. Resultado, os preciosos filmes registrados para a videoteca de arte já estão sendo desgravados para o material ser aproveitado em fitas comerciais. xxx O jornalista Rubens Ewald Filho, hoje o crítico de cinema com melhor informação do setor - editora de coluna especializada no "Jornal da Tarde" e colaborador de mais de dez publicações nacionais, publicou, há 5 meses, o referencial guia de filmes à disposição de quem possua vídeo-cassete. Lançado pela Sigla Editora, que edita a revista "Vídeo News", a utilíssima publicação esgotou a primeira edição só em São Paulo. Dando as informações básicas de cada produção - título no Brasil e original, diretor, intérpretes, uma síntese do tema, Rubens prestou um precioso serviço a quem curte esse entretenimento. Aliás, há dois anos atrás, ele já havia colaborado na edição de uma publicação semelhante, embora sem a repercussão agora obtida, que o caprichoso Célio Guimarães montou para Luís Renato Ribas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
21/06/1985

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